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- RainStorm – Capítulo 14
Posted by : Zark
1 de set. de 2016
Afinal,
qual é o problema de pedir ajuda ou depender de alguém de vez em
quando?
Cidade
de Aquacorde, 14 de outubro de 2016.
O
desespero tomava conta de seu coração, ele corria sem olhar para
trás enquanto carregava a garota furisode em seus braços.
Finalmente viu uma luz de esperança, ele viu uma pequena cidade onde
ele se aproximava, acelerou o passo e seguiu até ela. Ao chegar lá
Shiro desesperadamente procurou por ajuda.
– Onde
fica o hospital dessa cidade? – gritou ele sozinho já que estava
na madrugada, a maioria das pessoas já estavam dormindo. – Por
favor! Alguém! Minha amiga precisa de ajuda!
Os
gritos nada adiantaram, ninguém o ouviu, sem saber o que fazer,
começou a procurar um hospital por si mesmo. Procurava por toda
cidade enquanto gritava, não conseguiu encontrar nada, mas seus
gritos acordaram uma velha senhora que saiu de sua casa para ver o
que acontecia.
– Eu
preciso de ajudar! Se eu não encontrar um hospital logo, minha amiga
pode morrer. – contou Shiro para a senhora.
Ao
ver o busto congelado de Katherine, a senhora tomou um susto, fez uma
cara triste e disse:
– Não
existe nenhum hospital nessa cidade nem centro pokémons.
Os
olhos de Shiro arregalaram, seu coração bateu mais rápido, o
desespero se tornava cada vez maior.
– Não
pode ser verdade! – negou Shiro.
– Tenha
calma, meu jovem. Eu conheço um ótimo médico na cidade, ele pode
te ajudar.
– Onde
posso encontrá-lo?
– Na
mansão dos Akari, fica naquela direção. – A senhora idosa
apontou para uma direção.
– Muito
obrigado! – agradeceu Shiro já correndo na direção certa.
– Espero
que sua amiga fique bem.
Shiro
seguiu o caminhou a qual a senhora disse, e acabou se deparando com
uma enorme mansão, onde possuía um grande portão para entrar no
seu no lado de dentro do jardim que dava na mansão. Ao chegar lá
Shiro começou a gritar:
– Um
médico! Por favor! Minha amiga precisa de um médico!
Os
berros de Shiro acordaram alguém na mansão, ele percebeu isto, pois
as luzes antes apagadas, haviam sido acesas. Shiro continuou pedindo
por ajuda e então uma jovem garota vestindo uma camisola vermelha,
ela possuía longos cabelos loiros e olhos azuis parecendo duas
safiras saiu acompanhada por um velho alto, de longos cabelos e barba
grisalha. Os dois caminharam até Shiro, ao chegar em seu lado o
velho disse:
– Deixe-me
carregar a sua amiga até dentro para poder tratá-la. – Shiro
recusou a oferta. – Não se preocupe não vamos fazer nenhum mal a
ela. Eu sou médico e vou cuidar dela.
Depois
de se acalmar, Shiro entregou Katy para o senhor que voltou
imediatamente para mansão. Shiro, tentava raciocinar tudo que tinha
acontecido naquele dia, parecia uma estátua.
– Vai
ficar parado ai? Pode entrar também. – ofereceu a garota.
O
garoto respirou profundamente e a seguiu.
…
Katherine
estava num quarto onde o velho medico tomava conta dela, enquanto
isso Shiro esperava fora no corredor, sentado no chão do lado da
porta.
– O
que foi aquilo na floresta? Eu estava me descontrolando, isso não
acontecia comigo desde que Alice foi levada embora, achei que já não
precisava mais me preocupar com o passado, mas eu não posso me
livrar dele. – A mente de Shiro estava bagunçada, ele ficava
encarando sua mão que tremia enquanto pensava nisso tudo. –
Desculpe-me Katy, se eu tivesse chegado antes, você não teria que
passar por isso.
A
garota loira de camisola vermelha, percebeu a preocupação do garoto
e seguiu até ele.
– Não
se preocupe ela vai ficar bem. William é um dos melhores médicos de
Kalos e aquele quarto onde sua amiga está, é para ocasiões como
essas. Já que em Aquacorde não há nenhum hospital ou centro
pokémon, as pessoas precisavam de algum lugar para se cuidar e por
isso resolvi fazer um quarto de hospital na minha casa.
Shiro
permaneceu quieto, estava com a mente em diversos lugares ao mesmo
tempo que não raciocinava direito.
– Ainda
não me apresentei, me chamo Serena Akari. Qual seu nome?
– Shiro
Bretteur. – respondeu ele com a voz baixa.
– Certo,
agora não se preocupa, vai dar tudo certo. – Serena segurou a mão
de Shiro e o puxou. – Deixe sua amiga aos cuidados de William e me
siga. Tenho algo para te mostrar.
Serena
levou Shiro, mesmo contra a sua vontade, até uma sala de jantar,
onde havia uma mesa enorme, ela pediu para Shiro esperar e momentos
depois voltou com um prato e colocou na mesa.
– Vamos!
Pode comer! – anunciou ela.
Até
aquele momento Shiro não havia percebido a fome sentira, mas ao ver
um prato de spaghetti em sua frente, sentiu muita fome, afinal ele
não comia nada desde manhã. Sem receio, Shiro começou a comer a
comida sem parar.
– Fui
eu que fiz, está gostoso? – indagou Serena.
– Sim,
está uma delicia. Muito obrigado.
Serena
sorriu com o elogio.
…
O
velho William terminou de cuidar de Katy e deixou Shiro entrar no
quarto. Depois de ver sua amiga quente novamente, e não fria quase
congelada, ele ficou aliviado.
– Elá
vai ficar bem? – indagou Shiro.
– Não
se preocupe, pode ser que ela durma bastante, mas não corre mais
perigo de morte. – respondeu William.
– Muito
obrigado.
– Apenas
fiz o meu trabalho. Agora deixarei você ficar a sós com sua amiga.
William
saiu, deixando Shiro sozinho sentado numa cadeira ao lado da cama
onde Katy estava deitada dormindo. Do lado de fora, Serena esperava
por William.
– Você
contou a verdade para ele? – indagou Serena.
– Por
que eu mentiria?
– Ela
me parecia muito mal para você ter certeza que ela ficará bem.
Mesmo com suas incríveis habilidades médicas, não acho que ela
sairia imune de um Ice Shard no busto. – contestou
Serena.
– Milagre
ou não, o Ice Shard não acertou nenhum ponto pudesse
a ferir permanente. De qualquer forma, eu pude perceber que a garota
se cura de forma estranhamente rápida. – explicou William.
– Se
você diz. E sobre o Shiro, o que você acha?
– Fisicamente
a garota está bem mais ferida, mas o estado emocional do rapaz pode
ser um pouco preocupante. Apesar que eu creio que isso passará logo
já que sua amiga está bem e ele não precisa mais se preocupar.
Shiro
continuava dentro do quarto sentado ao lado de Katy, ele então pegou
seu telefone, viu que o sinal tinha voltado e resolveu ligar para seu
irmão para contar o que havia acontecido.
Cidade
de Aquacorde, 15 de outubro de 2016.
Seus
olhos se abriam mais uma vez, Katherine havia despertado. Sentia um
pouco de dor no em seus ombros, como se estivessem pesados. Ela
percebeu que estava dentro de um quarto que nunca estivera antes,
tentou se levantar, mas viu Shiro dormindo no seu colo, assim como os
pokémons da garota. Foi então que a porta do quarto se abriu e uma
garota de longos cabelos loiros entrou, ela vestia uma camisa negra
sem mangas e uma saia vermelha. Ao ver Katy, a garota sorriu.
– Não
esperava que fosse acordar tão cedo. – comentou ela.
– Onde
eu estou? O que aconteceu depois que… – Katy se lembrou de
batalhar com Yuki e do que ocorreu até receber o Ice Shard.
Sua expressão mudou parecia triste e sentido dor.
– Não
precisa se preocupar, estamos em Aquacorde. Eu não sei os detalhes
do que aconteceu, mas esse seu amigo ai. Te carregou até aqui onde
você pode ser tratada. – contou a garota de saia vermelha. – Me
surpreende ele ter acabado dormindo, passou a noite acordado junto de
seus pokémons, preocupado com você. Se bem que ele devia estar
muito cansado, quando ele chegou aqui parecia despedaçado de alguma
forma.
Katy
olhou para Shiro e seus pokémons, ficou preocupada e agradecida ao
mesmo tempo. Ela então olhou a outra garota e disse:
– Muito
obrigada…
– Serena
Akari, prazer! – Ela sorriu e estendeu a mão para Katy.
– Katherine
Fée, muito obrigada por tudo. – Katy apertou a mão de Serena e a
cumprimentou.
– Eu
não fiz nada, se quer agradecer a alguém, eu chamarei William, ele
é meu mordomo e foi ele que cuidou de você.
– Mordomo?
Antes
que Serena pudesse explicar algo para Katy, um berro do lado de fora
do quarto pode ser ouvido:
– Senhorita
Serena!
– Oh
droga. – comentou ela.
Repentinamente,
a porta se abriu e um garoto se jogou em cima da Serena, tentando a
abraçá-la, enquanto gritava:
– Finalmente
te achei, minha amada Serena!
Antes
o garoto conseguisse abraçá-la, Serena virou seu corpo e chutou o
rosto do garoto, o jogando para longe. Ele então se levantou, tocou
na sua cabeça, onde parecia estar se formando um galo.
– Não
precisava ser tão agressiva, esse chute doeu muito. – Ele tinha
cabelos negros e olhos cinzas claro, vestia uma calça e um casaco
azul.
– Então
não me assuste dessa forma! – reclamou Serena.
– Mas
Senhorita Serena, você sabe que eu não consigo me controlar quando
estou perto de você.
– Então
vá embora e não volte mais!
– Eu
não poderia fazer isso, só de pensar em ficar longe de você, já
começo a tremer de medo. Além do mais se eu fosse embora tenho
certeza que a senhorita ficaria triste.
– Claro
que não! Se quiser pode ir embora que eu não ligo.
– Você
é tão cruel, senhorita Serena. – choramingou o garoto.
Katy
assistia tudo, não conseguiu se conter e soltou um riso por causa
dos dois, que perceberam a garota furisode rindo e pararam de brigar.
– Pelo
menos agora, você não está com uma cara triste. – comentou
Serena. – Antes que eu me esqueça, este garoto sem futuro nenhum,
se chama Calem.
– Eu
me chamo Katherine Fée, mas podem me chamar de Katy.
– Eu
me chamo Calem e sou o futuro marido da senhorita Serena, é um
prazer te conhecer.
– Futuro
marido! Só nos seus sonhos! Seu idiota! – berrou Serena.
– Mas
senhorita, eu seria leal até o fim, mesmo as vezes olhando para
outras garotas bonitas como ela, mas daria minha vida e faria
qualquer coisa por você!
– Então
se mate. – pediu Serena.
– Eu
até faria isso, mas como eu só tenho uma vida e um cogumelo verde
não pode mudar isso, eu não me matarei. – disse Calem.
Com
todo o barulho no quarto, Shiro finalmente acordou, percebeu que os
gritos que ouvia eram de Serena e Calem. Logo depois viu Katy
acordada e sorrindo. Como se tivesse sido um reflexo, Shiro abraçou
a garota furisode fortemente.
– Shiro!
– exclamou ela corada e envergonhada, aquele abraço tinha a pegado
desprevenida.
– Ainda
bem! Eu fiquei muito preocupado. – Foi nesse momento, que Katy
percebeu que apesar do aperto forte, as mãos de Shiro tremiam.
Algo
tinha acontecido depois de eu ter desmaiado, eu não sabia o que e
isto me deixava triste. Shiro me abraçava com força, mas suas mãos
tremiam, ao sentir o meu corpo no abraçado no dele, pude perceber
que não eram apenas as suas mãos que tremiam, seu corpo inteiro
fazia o mesmo, seu coração estava acelerado, sua voz trêmula e
seus olhos de certa forma estavam mais distantes.
– Eu
estou bem! Não precisa mais se preocupar comigo. – Katy retribuiu
o abraço e depois de alguns segundo os dois se separaram.
Logo
depois os pokémons de Katy acordaram e pularam em cima de sua
treinadora, Piplup a abraçava e Goomy lambia o seu rosto.
– Isso
faz cócegas! – ria a garota furisode.
– Fico
feliz que esteja se divertindo com seus pokémons. Mas é bom você
se arrumar, pois daqui a pouco seus amigos vão chegar. – sugeriu
Serena.
– Ela
está falando da Eve e do Kuro. Liguei para eles ontem de noite, os
dois ficaram muito preocupados, mas tenho certeza que logo chegaram
aqui. Vão ficar felizes quando verem que você está bem. – sorriu
Shiro.
A
garota furisode se arrumou e agradeceu a William, que foi apresentado
por Serena, por ter cuidado dela.
…
Algum
tempo depois Katy e Shiro estavam no jardim da mansão onde ficava
perto do portão. Os dois esperavam pela chegada de Eve e Kuro.
– Nossa,
esse lugar é enorme. – comentou Katy ao olhar a mansão por fora.
– Concordo.
Quando falei ontem com a Eve, ela me disse que a família Akari
surgiu do nada, e rapidamente se tornou uma das mais ricas de Kalos,
se tornando conhecida principalmente pelas famílias nobres e de alta
renda. Isso explicaria o porquê daquele médico ser o mordomo da
Serena.
– Nossa!
Não sabia que a família da Serena era tão incrível.
– Mas
tem outra coisa, Eve pediu para não revelarmos para Serena que ela é
uma princesa.
– Por
quê?
– Eu
não sei e também não perguntei. Ela deve ter seus motivos. –
disse Shiro. – Ela deve estar chegando logo, se quiser saber, é
melhor perguntar a ela.
Enquanto
os dois esperavam no lado de fora, Serena e William conversavam em
algum lugar dentro da mansão.
– Isto
é muito estranho, ela devia ter ficado desacordada por alguns dias
no mínimo. Será que ela tem alguma coisa a ver com o que você me
pediu para pesquisar. – comentou William.
– Não
quero tirar nenhuma conclusão precipitada. Talvez ela apenas seja
mais forte do que pensamos. – disse Serena.
– Pode
ser, mas tenho certeza que ela se cura estranhamente rápido. Apesar
que pode ser apenas impressão minha.
…
Finalmente
depois de um longo tempo de espera, os dois foram avistados. Kuro e
Evelyne haviam chegado em Aquacorde, ao serem verem Katy e Shiro do
lado de foram ficaram felizes. Os quatro correram uns até os outros
se comentaram e se abraçaram.
– Nunca
imaginaria que você seria atacado por uma louca no meio da floresta.
Fiquei tão preocupada que perdi qualquer vontade de comer doces. –
falou Eve enquanto abraçava sua amiga. – Agora que você está
bem, eu estou morrendo de vontade de comer algo cheio de açúcar.
– Eu
já imaginava por isto. Pedi para Serena me dar um doce, pode pegar.
– Shiro entregou um bombom para Eve, que ao receber o doce pulou em
cima de Shiro o abraçando.
– Muito
obrigada! É a segunda vez que você me dar um de seus preciosos
doces! Vou te nomear de cavaleiro dos doces e toda vez que sentir
vontade de comer algum doce, você traz um para mim.
– Estou
começando a me arrepender de ter te dado esse doce. – comentou
Shiro.
– Eu
também quero um abraço, irmão! – Kuro pulou em cima de Shiro.
– Parem
com isso! Me soltem!
– Shiro
você diz uma coisa, mas eu sei que você adora abraçar seu
irmãozinho, então não reclama. – disse Kuro.
– Cale-se!
E me solte!
Todos
riram da situação.
Apesar
de termos ficado separados por pouco tempo, acho que todos sentimos
muitas saudades um do outro. Fiquei feliz de nos quatro finalmente
termos nos reunido novamente, Shiro também pareceu mais feliz, mas,
ainda assim, ele parecia distante. Algo tinha acontecido, tinha
vontade de perguntar, mas não achei que devesse.
Depois
de entrarem na mansão, Serena, Calem e William se apresentaram para
Eve e Kuro.
– Katherine,
agora que está bem vai partir? Apesar que como um médico eu
recomendaria que você descanse pelo menos mais uma noite na mansão.
– sugeriu William.
– Na
verdade, nos estavam querendo vir para Aquacorde. – revelou Katy.
– Por
quê? Aquacorde é uma cidade muito quieta, as vezes alguns turistas
aparecem por aqui, mas vocês não me parecem turistas. – disse
Serena.
– Não
é nada disso. Eu vim para Aquacorde para treinar. – respondeu
Katy.
– Treinar?
– Serena pareceu supressa.
– Sim,
eu estou atrás das insígnias, mas ainda não sou uma treinadora
forte o suficiente para conseguir alguma. Por isso, vim aqui, por
recomendação de Meyer, a procura da Valquíria das Chamas para
poder treinar.
– Aquele
velho fedido a gasolina. Não era para ele ficar me mandando pessoas
para eu ter que treinar. – comentou Serena.
– Isto
quer dizer que…
– Isso
mesmo, eu sou a Valquíria das Chamas.
– Então
vou vai me ajudar?
– Eu
não disse isso. Eu posso ser a Valquíria das Chamas, mas não
pretendo treinar ninguém.
– Por
favor! – insistiu Katy.
– Eu
já disse que não.
Katy
pareceu triste.
– Se
vocês quatro querem continuar na cidade e não tem lugar onde passar
a noite, eu ofereço a minha casa, mas não pretendo treinar ninguém.
– falou Serena.
– Se
o médico disse que era melhor para Katy descansar mais um dia. É
melhor passarmos a noite. – deduziu Kuro. Os outros concordaram.
– Está
tudo certo então. Calem você poderia mostrar a mansão para eles? –
pediu Serena.
– Claro
que sim, minha amada senhorita Serena! – exclamou ele.
– Alguém
tem alguma pergunta? – indagou Serena.
– Eu
tenho, você poderia me treinar? – insistiu Katy.
– Você
sabe o que é uma não? – reclamou Serena.
Katy
pareceu decepcionada, a longa viajem desde Lumiose não teria valido
por nada.
– Deixe
isso de lado Katherine, eu vou mostrar a mansão da senhorita Serena
para vocês. – anunciou Calem. – Por favor me sigam.
…
A
mansão era absurdamente grande, maior até a que eles ficaram presos
na Rota 14. Por sorte do grupo Calem acompanhava eles e mostrava
diversos cômodos, cozinha, salas, quartos, campos de batalhas dentre
diversas outras coisas.
– Esse
lugar é gigante, se estivesse sozinho, com certeza, me perderia. –
comentou Kuro.
– Pode
dar ênfase no com certeza. – concordou Shiro.
– Não
se preocupem, sempre que precisarem de algo, é só me chamar. –
disse Calem.
– Queria
saber o porquê da Serena não ter vindo junto. – desabafou Eve.
– A
senhorita Serena é muito ocupada com os assuntos da família Akari.
Afinal, ela é a única que pode fazer isso. – respondeu Calem.
– Como
assim? E a mãe e o pai dela? – indagou Katy.
Ao
ouvir a pergunta a expressão de Calem ficou séria e um pouco
triste.
– Serena
nunca conheceu o pai, acho que ele nem deve saber que ela existe. E a
mãe dela, morreu quando ela ainda era uma criança. A senhorita tem
um irmão mais velho, mas ele nunca está presente, então quem tem
que tomar conta desses assuntos é ela. Além disso, como ela está
atrás das insígnias, tem que viajar para outras cidades e isto
acaba atolando ela de deveres quando volta.
– Sinto
muito. – disse Katy.
– Você
devia dizer isto para a senhorita Serena e não para mim. Mas não se
preocupem, William sempre acompanha ela, então ela nunca está
sozinha.
– Tenho
uma dúvida, por que você chama ela de senhorita? Qual é sua
relação com ela? – indagou Eve.
– Eu
nunca conheci meu pai nem minha mãe, minha primeira lembrança era
de quando eu vivia sozinho nas ruas de Lumiose. Era um época
horrível, eu sentia frio, fome, dor, todo dia tinha que lutar para
sobreviver, mas foi então que a senhorita Serena apareceu. Foi como
se ela fosse um anjo me acolhendo, desde então passei a viver com
ela e jurei a mim mesmo que a seguiria para sempre, mesmo vivendo
sobre o mesmo teto, a vejo de forma distante, ela sempre tão forte e
andando na minha frente. Acho que é pelo que devo a ela que a chamo
de senhorita. – explicou Calem. – E tem mais uma coisa, eu vou me
casar com ela no futuro então, nem pensem em chegar perto dela.
Apesar
da conversa séria, o último comentário de Calem conseguiu quebrar
o clima pesado e todos riram um pouco. Eles continuaram pelo tour,
mas havia muitas portas que Calem, apenas dizia que era proibido
entrar e não mostrava dentro, foi então que no final da excursão,
os cinco se cruzaram com uma mulher adulta, que vestia uma roupa de
empregada, ela estava acompanhada por diversas crianças vestindo
uniformes escolares e mochilas. Quando as crianças viram Calem
correram para cumprimentá-lo.
– Calem!
Quem são essas pessoas? São visitas? – indagou uma menina ruiva
ao abraçar Calem.
– Isso
mesmo, minha Keiko, tratem bem essas pessoas. – respondeu Calem.
– Vamos
brincar! – anunciou um menino de cabelos negros.
As
outras crianças seguiram o coro.
– Jean!
Crianças! Assim vão irritar a visita. – alertou a mulher vestida
de empregada.
– Não
precisa se preocupar com isso, Isabele. Tenho certeza que eles não
vão se incomodar de brincar um pouco, não é mesmo? – indagou
Calem para o resto do grupo.
Katy
parecia feliz em brincar com as crianças, Kuro não se importava
muito, Shiro não queria, mas estava sendo arrastado e por algum
motivo nenhuma criança parecia querer brincar com Eve. Eles ficaram
ali por um tempo brincando com as crianças, Katy então percebeu que
uma menina não brincava junto, ela estava um pouco afastada sozinha
lendo um livro. Katherine se afastou das outras crianças e seguiu
até a menina, ela possuía longos cabelos negros e olhos verdes que
nem duas esmeraldas.
– Qual
o seu nome? – indagou Katy.
A
menina não respondeu.
– Eu
me chamo Katherine, mas meus amigos me chama de Katy.
A
menina continuou em silêncio.
– Você
é bem tímida, mas eu te entendo. Quando era pequena não conseguia
falar com ninguém que não conhecesse. Você está lendo o que?
– Um
conto de fadas. – Finalmente Katy tinha conseguido uma resposta.
– Apesar
de não gostar tanto de ler, eu adoro conto de fadas. Na verdade,
acho que todo mundo gosta, principalmente quando é criança, afinal
aquelas histórias são bem cativantes e sempre terminam com um final
feliz.
– Mirai.
– O
que foi que você disse?
– Eu
me chamo Mirai.
– É
um belo nome.
Foi
então que Katy percebeu que na mochila da menina havia um chaveiro,
mas não era nenhum chaveiro comum, era um Bidoof.
– Meu
Arceus! Que chaveiro lindo! – exclamou Katy.
– Você
gostou? – indagou Mirai.
– Claro,
eu queria ter um igual. Eu adoro Bidoofs, eles são extremamente
fofos!
– Eu
também! Apesar de muitos discordarem, eu acho eles muito bonitos! –
Mirai parecia ser muito diferente daquela menina tímida quando o
assunto era Bidoof.
– Você
já assistiu “A Frande Família Bidoof”?
– É
claro que sim!
– Bidoof,
Bidoof, Bidoof, Bidoof, a grande família Bidoof! – cantaram as
duas juntas.
As
duas riram e sorriram uma para outra.
Estava
muito feliz em conhecer Mirai! Nunca tinha conhecido outra pessoa que
gostasse de Bidoofs tanto quanto eu. Se eu pudesse passava o resto do
dia conversando com ela sobre os pokémons fofos.
Depois
de um tempo, Isabele, a empregada anunciou que já era hora das
crianças irem.
– Tchau,
Katy! Da próxima vez, vamos conversar mais sobre os Bidoofs! –
despediu-se Mirai.
– Claro,
Mirai! É uma promessa então! – disse Katy.
As
crianças foram embora, Shiro virou-se para Calem e perguntou:
– Por
que tem tantas crianças andando por aqui?
– Vocês
ouviram me história. Com essas crianças foi o mesmo, a maioria
delas não tinham aonde morar. A senhorita Serena as acolheu e
resolveu trazê-las para mansão onde poderiam viver melhor e
estudarem para poderem crescerem e fazerem o que quiserem.
– Serena
tem mesmo um grande coração. – comentou Katy.
– Um
enorme coração. Devo minha vida a ela e sempre ficarei ao seu lado.
– sorriu Calem. – Não que isso faça alguma diferença, já que
vou me casar com ela mesmo.
O
tour continuou até que eles chegaram na sala de jantar, mas no caso
era almoço. Serena estava lá, os esperando.
– Hora
de almoçar! Eu fiz uma comida deliciosa para todos vocês. –
anunciou Serena.
– Comida!
– exclamou Eve. – Tem sobremesa também?
– Claro!
Todos
se sentaram e começaram a comer.
– Nossa!
A comida é incrível! Está muito gostosa. – elogiou Eve. –
Tenho certeza que você será uma ótima esposa!
– Com
certeza, a senhorita Serena será uma linda, cheirosa e perfeita
esposa. – concordou Calem e depois ele sussurrou no ouvido de Eve.
– Só para constar eu vou me casar com ela, então nem pense em
roubar nenhum pedacinho dela.
– Que?
De
repente, Calem sentiu uma dor na cabeça, quando olhou era Serena que
havia o socado.
– Não
sei o que você acabou de dizer, mas sinto que foi algo sobre se
casar comigo. Quantas vezes tenho que dizer, nos não vamos nos
casar! – berrou Serena.
– Esses
são seus sentimentos agora, mas pode ter certeza que no futuro, você
perceberá que eu sou o marido ideal para você. – disse Calem.
– Só
nos seus sonhos!
…
Era
um grande cômodo parecia um escritório, lá dentro estavam dois
homens, adultos, um mais jovem, devia ter 30 anos no máximo já o
outro era mais velho, devia estar por volta dos cinquenta. O mais
novo tinha cabelos cinzas e olhos azuis parecendo cristais. Ele
vestia uma calça preta e uma camisa social azul com uma gravata
amarela, em seu braço direito havia um brasão azul parecendo um
escudo com duas espadas cruzadas dentro dele. Já o homem mais velho
tinha cabelos escuros um pouco azulados, mas quase negros, seus olhos
eram castanhos escuros, mas o que mais chamava a atenção para as
pessoas era o seu bigode, exageradamente grande e grosso. Ele vestia
um sobretudo completamente preto.
– Você
está interessado nessa Serena Akari, não é mesmo? – indagou o
mais velho.
– Você
sabe que sim e é por isso que te contratei. – respondeu o mais
novo.
– Não
sabia que os nobres tinham tanto interesse em dinheiro, afinal vocês
podem fazer tudo o que querem e bem entendem. Essa vida deve ser uma
maravilha, não é mesmo Ludger Bleu?
– Primeiro,
isto não é da sua conta. Segundo, mercenários que nem você não
sabem de nada sobre a nobreza e seus deveres. – respondeu Ludger.
– Deveres?
Isto é apenas besteira. – debochou o mercenário. – Estes
deveres são apenas desculpas para vocês se intitularem superiores.
– Você
devia aprender qual é seu lugar, afinal fui eu que te contratei e
posso muito bem te mandar embora ou pior. – ameaçou Ludger.
– Não
tente me ameaçar, você realmente quer que essa sua “missão”
der certo, se não, não haveria sentido em me contratar, assim como
meu grupo. Além do mais, parece que eu não fui o único a ser
contratado por você. – O mercenário olhou para atrás e sorriu.
Uma
garota de cabelos lilás sem expressão nenhuma apareceu das sombras.
– Quando
foi que você percebeu que eu estava aqui? – indagou ela.
– Desde
entramos nesse quarto. Eu sou um profissional, então não me
subestime.
– Interessante.
– disse ela de forma fria.
– Você
já estava aqui! Por que não me contatou logo? Achei que tinha
desistido da missão. – reclamou Ludger.
– Eu
me escondi e queria te dar um susto, pensei que poderia ser
engraçado. – respondeu ela inexpressivamente.
– Você
sabe quem eu sou para você querer me dar um susto?
– Sim,
você é Ludger Bleu, meu contratante.
– Então
você deveria saber que … – Ludger foi interrompido por Yuki.
– Boo.
– disse ela.
Ludger
não esperava por aquilo e se surpreendeu, como tivesse tomado um
susto.
– Você
devia ter visto sua cara, foi muito engraçado. Kkkkk… Me desculpe,
esqueci que as pessoas não riem assim, hahahahaha. – disse Yuki de
forma fria e calma.
O
mercenário que assistia tudo soltou uma gargalhada, fitou Yuki e
falou:
– Então
você é a famosa Nevasca Bipolar! Nunca imaginei que você era
exatamente como nas histórias. Na verdade você parece ainda mais um
robô do que eu imaginava! Totalmente sem expressões ou sentimentos,
nem parece um ser humano.
– Por
favor, retire o que disse, não gostei do que você falou e não
estou a fim de ficar com raiva. – pediu Yuki com a mesma voz e
expressão de sempre.
– Desculpe
minha querida, mas eu não volto atrás de minhas palavras. –
revelou o mercenário.
– Você
está querendo morrer? – indagou Yuki.
– Claro
que não, mas esse seu rosto inexpressivo me deprime. Se eu ficar
olhando por ele por muito tempo acho que vou querer me suicidar.
Antes
que o mercenário pudesse perceber, Yuki já estava com uma faca em
seu pescoço.
– É
a última chance, retire o que disse ou te matarei. – Yuki devia
estar com raiva, mas continuava sem demonstrar nenhuma emoção.
– Então
me mate!
Yuki
já estava preparada para fazer o mesmo, mas Ludger a impediu.
– Eu
contratei vocês dois e eu preciso dos dois vivos até a missão
acabar, então se quiserem se matar, esperem a missão terminar. –
ordenou Ludger.
Yuki
tirou a sua faca do pescoço do mercenário e caminhou para longe.
– Bigodudo,
eu prometo que quando isto acabar, eu vou te matar. – anunciou
Yuki.
– Eu
estarei te esperando. – sorriu o mercenário.
…
Terminamos
de almoçar, Eve parecia estar num paraíso, provavelmente ela sofreu
bastante tendo que comer a comida de Kuro no último dia. Kuro estava
pedindo a receita para Serena, algo que me deu um frio na espinha na
hora. Já Shiro ficava calado e esporadicamente chateiava Kuro, acho
que isto o deixa mais aliviado, mesmo estando agindo como sempre ele
continuava com o olhar mais distante, algo que me deixava preocupada.
Teria que falar com ele sobre o que tinha acontecido, mas agora não
era o momento, mais tarde certamente. Agora, tinha algo importante
que eu tinha que fazer antes que Serena “sumisse” novamente.
Katherine
se levantou da mesa seguiu até Serena, se curvou em sua frente e
pediu:
– Por
favor, me treine!
– Katherine,
eu já disse que não tenho intenção nenhuma de treiná-la.
Katy
continua curvada para Serena e repetiu o pedido:
– Por
favor! Eu quero ficar mais forte!
– Se
quer tanto ficar forte, treine por si mesma. – sugeriu Serena.
A
garota furisode, levantou seu tronco, fitou Serena e sorriu.
– Eu
gostaria de poder ficar mais forte sozinha, mas eu já percebi que eu
não consigo. É um pouco doloroso falar e aceitar isso, mas mesmo
usando todas as minhas forças não suficiente. Quando eu partir numa
jornada, sabia que existiam líderes incríveis como a Valerie, mas
achei que mesmo não chegando aos pês dela, eu poderia conseguir
derrotar os outros líderes de forma fácil, afinal eu estava sendo
escolhida para me tornar uma candidata a sucessora, acho que talvez
estivesse muito confiante. Mas quando cheguei em Lumiose e perdi para
Meyer percebi que estou em um nível muito abaixo, não apenas dele,
mas vendo a Viola batalhar me mostrou que não é apenas a Valerie ou
o Meyer, mas todos os líderes de ginásio são incríveis e estão
em um nível completamente diferente do meu. Não apenas os líderes,
existem muitos treinadores mais fortes do que eu. – Se lembrou de
Yuki e apertou o próprio peito. – As pessoas sempre falam para
aprendermos a andar sozinhos, não acho que estejam errados, mas as
vezes precisamos de um empurrãozinho primeiro. Afinal, qual é o
problema de pedir ajuda ou depender de alguém de vez em quando?
Serena
permanecia calada, apenas escutando Katy.
– Eu
ainda sou fraca e por isso preciso de ajudar para ficar forte e
quando isto acontecer, finalmente poderia ficar em pê sozinha,
caminhando sempre para frente. – completou Katy.
Serena
deu um sorriso e disse:
– Te
darei uma chance…
Os
olhos de Katy começaram a brilhar, ela segurou as duas mãos de
Serena e de felicidade exclamou:
– Muito
obrigada!
– … Mas,
antes você tem que provar que merece ser treinada. – completou
Serena. – E para isso, quero que você batalhe, se vencer, eu te
treinarei, mas se perder amanhã você partirá.
A
empolgação de Katy parou, ela ficou pensativa, mas não havia outra
escolha.
– Eu
aceito batalhar.
– Então
me siga.
Todos
seguiram Serena que levou todos para um campo de batalha num dos
cômodos, o campo era liso e o chão era de madeira. Havia algumas
arquibancadas do lado do campo, onde os outros se sentaram.
– Aqui
será onde ocorrerá sua batalha. – anunciou Serena. – Será um 2
contra 2. Está de acordo?
– Sim,
já pode ir jogando seu Pokémon. – disse Katy.
– Acho
que você entendeu errado, não serei eu que batalharei. Eu serei a
juíza.
– Então
contra quem eu batalharei?
– Contra
mim. – revelou Calem entrando no campo.
– Calem
foi a única pessoa que eu treinei até o momento. Ser uma batalha
entre um antigo aprendiz e uma possível aprendiz é perfeito, não
acha? – indagou Serena.
– Estava
querendo batalhar contra você, Serena. Mas se você treinou o Calem,
aposto que ele deve ser forte. – disse Katy. – Não imaginava que
você também era um treinador pokémon, Calem.
– Desculpa
não ter revelado antes, mas também estou atrás das insígnias. –
falou Calem.
– Só
por curiosidade, quantas insígnias, você já tem? – indagou Katy.
– Eu
possuo 3, já a Serena 4.
– 3…4.
– repetiu Katy surpresa. Depois ela riu e disse. – Se fosse
fácil, não teria graça.
– Então
vamos começar, saia Fletchinder! – Calem jogou uma pokébola para
o alto e dela saiu um pássaro vermelho e cinza com asas amarelas e
vermelhas.
– Uau
– exclamou Katy ao pegar sua Pokédex e apontar para o pássaro,
foi então que ela apitou e um som robótico disse “Fletchinder, o
Pokémon Brasa, ele é a evolução do Fletchling. Quanto mais quente
for o saco de chama em sua barriga, mais rápido pode voar. De seu
bico, solta brasas que colocam o gramado em fogo. Então, se lança
sobre a presa desnorteada que sai da grama.” – Já sei
perfeitamente que vou usar, saia Piplup!
O
pokémon pinguim foi liberado da pokébola.
– Piplup
na nossa outra batalha perdemos, mas dessa vez, com certeza, vamos
ganhar! – Piplup botou a mão no peito e piou.
– Um
Piplup, que interessante. – comentou Serena. – Que a batalha
comece!
– Fletchinder
comece com Peck.
– Piplup
use o mesmo golpe.
O
bico de Fletchinder brilhou e se alongou assim como o do Piplup. O
pássaro voou em cima da direção do Piplup que pulou para frente
colidindo seus bicos, causando uma pequena explosão.
– Fletchinder
dissipe a fumaça batendo suas asas rapidamente e assim que vir o
Piplup use Aerial Ace.
Fletchinder
fez como ordenado, espalhando a fumaça, assim que vi o Piplup voou
em sua direção com partes de seu corpo brilhando para acertá-lo.
– Piplup
use Bubble!
Assim
que Fletchinder o acertou, Piplup conseguiu aguentar o movimento
segundos suficientes para lançar as bolhas em cima do Fletchinder
que voou para longe assim como o seu adversário.
– Piplup
se recomponha e um Icy Wind!
Com
as ordens de sua treinadora, Piplup conseguiu se levantar e
rapidamente soprou uma ventania gelada para cima do Fletchinder que
não teve tempo de reação e recebeu o golpe em cheio.
– Piplup
continue com Bubble e em seguida use Pound!
Piplup
correu para cima do Fletchinder que ainda estava se recuperando,
cuspiu suas bolhas na face do pássaro e depois o socou na barriga, o
nocauteando.
– Isso!
– comemorou Katy.
Na
arquibancada Eve comemorava.
– Vai
nessa Katy, você consegue!
– Tem
algo estranho. – comentou Shiro quebrando o clima.
– O
que você está falando? – indagou Eve.
– Talvez
seja só impressão. Esqueça disso. – disse Shiro.
– Agora
que começou termine! – ordenou Eve.
– Você
também percebeu, não foi Kuro? – indagou Shiro, ignorando Eve.
– Sim,
talvez seja impressão, mas tem algo estranho nessa batalha. –
concordou Kuro também ignorando Eve.
– Não
me ignorem! – reclamou Eve, mas nada adiantou os dois continuaram
fingindo que não ouviam a princesa.
Dentro
do campo de batalha, Calem retornou Fletchinder e pegou outra
pokébola.
– Conto
com você, Frogadier!
Katy
pegou sua Pokédex novamente que apitou e disse “Frogadier, o
Pokémon Sapo Bolha, ele é a evolução do Froakie. Sua agilidade é
incomparável. Pode escalar uma torre de mais de 600 metros em um
tempo de minuto. Atira pedras cobertas de bolhas com um controle
preciso, acertando o alvo a centenas de metros de distância.”
– Parece
que temos um oponente difícil, mas não é problema. Piplup use
Peck!
O
bico do Piplup ficou maior e brilhante, ele correu em direção a
Frogadier e girando como uma furadeira o acertou em cheio em sua
barriga.
– Agora,
use Pound! – ordenou Katy.
Logo
depois de ter acertado a barriga do sapo, Piplup o socou de baixo
para cima no queixo, assim o arremessando para longe, mas logo ele
levantou.
– Frogadier
use Ice Punch.
O
pokémon sapo socou uma de suas mãos, fazendo assim suas mãos
brilharem em azul-claro que começou a se petrificar parecendo gelo,
ele então começou a correr na direção do Piplup.
– Piplup
use Icy Wind nos pês dele para pará-lo e depois o
acerte com Peck!
Piplup
assoprou a ventania gelado nos pês de Frogadier, assim os congelando
e o impedindo de se mover, antes que pudesse se libertar Piplup
acertou seu bico novamente na sua barriga. O impacto foi forte o
suficiente para quebrar os gelo de seus pês e o arremessá-lo para
longe. Logo depois Frogadier se levantou, mesmo estando bem
machucado.
– Tem
algo estranho. – pensou Katy.
A
garota furisode não ordenou Piplup a fazer nada, apenas esperou o
que Calem faria, o encarrando.
– Vai
desistir? – indagou Calem.
– Não
é isso. Apenas tem algo muito estranho. – respondeu Katy.
– O
que foi?
– A
batalha está muito fácil, você quase não está revidando, apenas
recebe golpes. Além disso, não consigo acreditar que um treinador
que conseguiu 3 insígnias possa perder tão facilmente assim. –
explicou Katy. – Você realmente está levando esta batalha a
sério?
Serena
e Calem trocaram olhares, a garota então consentiu com a cabeça.
– Parece
que você percebeu. Eu estava deixando você ganhar. – revelou
Calem.
– Por
que você fez isso? – indagou Katy.
– Se
eu batalha-se de forma séria, você não venceria.
– E
do que adianta eu vencer se você que está deixando! – reclamou
Katy.
– Se
você perder Serena não vai te treinar. Você deveria estar grata
por eu está te dando a vitória.
– Grata?
– Katy cerrava os dentes e apertava a sua mão com força. – Se
for para vencer assim, eu prefiro perder! As batalhas pokémon só
são divertidas quando os dois lados dão o máximo de si! Você me
deixar ganhar não é algo que me deixa feliz, muito pelo ao
contrário, isto me deixa nervosa! Se você não for batalhar sério,
eu me retirarei dessa batalha!
– Está
bem, vou batalhar sério, mas quando perder, não venha reclamar. –
disse Calem. – Frogadier, vamos mostrar para eles, Ice Punch!
Novamente
Frogadier congelou suas duas mãos, ele começou a correr para cima
do Piplup.
– Piplup
o pare com Icy Wind novamente e depois o acerte com
Pound!
Piplup
estava se preparando para atacar, mas antes que pudesse perceber
Frogadier já estava atrás dele, sem ter nenhuma reação rápida o
suficiente, Frogadier acertou o Piplup em cheio com seu soco, o
arremessando para cima. Frogadier pulou e novamente com seu punho
gelado socou o pinguim na bariga de cima para baixo, o jogando de
volta para o chão, assim o nocauteando.
– Que
velocidade. – comentou Katy surpresa. Depois ela caminhou até o
Piplup. – Você batalhou bem, descanse um pouco.
Katy
retornou Piplup para pokébola.
– Depois
de eu te derrotar se quiser chorar te emprestarei o meu ombro por
alguns minutos, mas não poderá ser muito tempo, se não a Serena
ficará com ciúmes. – Calem então sentiu um chute na barriga, era
Serena. – Essa doeu.
– Eu
não vou perder! Não posso perder. Goomy, é com você! – Goomy
apareceu no campo de batalha na frente de Katy.
– A
vitória já é minha! Frogadier use Ice Punch de novo!
Novamente
Frogadier congelou suas mãos e correu em direção ao Goomy para
socá-lo, ele era muito rápido, Goomy nunca conseguiria
acompanhá-lo.
– Goomy
use Protect! Depois use Tackle.
Frogadier
socou Goomy, mas uma barreira invisível foi formada impedindo o
ataque. Rapidamente Goomy jogou seu corpo em cima do Frogadier o
acertando na barriga.
– O
abrace e não solte. – ordenou Calem.
Com
Goomy acertando sua barriga, Frogadier o prendeu com seus braços,
sem deixar se libertar.
– Goomy!
Saia dai!
Goomy
se debatia, mas não conseguia se libertar, Frogadier era
visivelmente mais forte.
– Frogadier
use Ice Punch enquanto o abraça!
O
pokémon sapo apertava Goomy, enquanto seus punhos começavam a
congelar e como eles tocavam no Goomy, o acertavam causando dor ao
pequeno dragão.
– Goomy!
– Agora
é Game Over! Continue apertando até o nocauteá-lo!
Frogadier
obedecia e Goomy gritava de dor.
– Goomy
use Iron Tail!
Enquanto
se debatia de dor, uma cauda foi se formando no Goomy, acabando que
forçou Frogadier a soltá-lo. Goomy rapidamente virou sua cauda
acertando o rosto do Frogadier que caiu no chão deitado.
– Iron
Tail? – repetiu Serena surpresa.
– Por
essa, eu não esperava. Mas você ainda está longe de vencer. –
Frogadier se levantou do chão e ficou em pê mais uma vez. –
Frogadier, vamos finalizar logo com isso, use Double Team.
Frogadier
fez um símbolo com as mãos e começou a muti plicar-se
– Você
está brincando comigo este movimento de novo! – reclamou Katy.
– Mas
esta é a primeira vez que eu uso. – disse Calem.
– Não
estou falando com você.
– Não
entendi, mas tudo bem. Frogadier termine isto com Ice Punch!
– Goomy
use Iron Tail!
Os
diversos Frogadier congelaram suas mãos e correram para cima do
Goomy que já estava com sua cauda temporária metalizada. Os
Frogadier pularam em cima do dragão que rebatia-os com sua cauda,
mas eram muitos e ele não sabia o verdadeiro, assim recebeu um golpe
pelas costas, tentou acertar o verdadeiro Frogadier, mas com tanta
velocidade já não sabia mais quem era, depois recebeu outro golpe e
assim continuou sucessivamente, até que Goomy foi arremessado para o
chão, onde recebeu um último ataque colidindo com o chão e sendo
nocauteado.
– Goomy
está fora de combate. O vencedor da batalha é Calem. – anunciou
Serena.
– Agora,
eu quero o meu prêmio. Um beijo seu! – pediu Calem que recebeu
apenas um soco no estômago. – Eu estava brincando. – disse
enquanto sentia dor.
Katy
caminhou até Goomy e o retornou. Depois foi de encontro a Calem e
estendeu a sua mão.
– Foi
uma ótima batalha. Você é realmente forte. – Calem a comprimento
com um aperto.
Katherine
se virou para Serena e disse com um tom triste:
– Eu
perdi, como prometido partiremos amanhã.
Os
três amigos da garota furisode perceberam a tristeza em sua voz e
ficaram da mesma forma. Serena caminhou até Katy e disse:
– Não
precisa se preocupar com isto, eu te treinarei.
Os
olhos da garota brilharam ao ouvir aquilo, mas logo se sentiu
confusa.
– Obrigada,
mas eu perdi, o acordo era que se eu perdesse você não me
precisaria me treinar.
– O
que importa não era você ganhar ou perder. Eu apenas queria te
testar, eu pedi para o Calem deixar você ganhar batalha, com a
intenção que você percebesse e foi isto ocorreu. Você não estava
pensando em apenas ganhar, se estivesse não ficaria chateada pelo
Calem pegar leve, com isto você provou que é uma treinadora que se
importa mais com a batalha do que a vitória. Eu gostei do que vi e
acho que você tem muito potencial, então se ainda quiser, eu te
treinarei. – explicou Serena.
Katy
sorriu e então fez uma reverência.
– Muito
obrigada! Eu prometo que me esforçarei para alcançar suas
expectativas!
– Não
precisa dessa formalidade toda. Tenho certeza que com o certo
treinamento você se tornará uma treinadora muito forte.
– Então
vamos começar o treinamento! – exclamou Katy.
– Não
seja apressada. Por hoje, esta batalha foi seu treinamento,
começaremos de verdade amanhã.
– Mas…
– Nada
de mas. Se você quer que eu te treina, obedeça minhas regras.
– Está
certo. – Katy olhou para baixo um pouco decepcionada.
…
O
resto do dia passou rapidamente e a noite logo chegou. Estávamos nos
preparando para dormir, eram um quarto para cada um, aquela mansão,
com certeza, era enorme. Já preparava minha cama, mas me lembrei que
ainda tinha que falar com Shiro. Caminhei até o quarto dele, de
forma silenciosa, não queria acordar ninguém. Quando cheguei lá
bati na porta, mas para minha surpresa que abriu-a foi Kuro. Eu tinha
errado o quarto.
– Katy,
o que você quer a esta hora da noite? – indagou Kuro.
– Kuro!
Foi sem querer, porta errada. Não queria te acordar! – exclamou
Katy.
– Não
tem problema, mas me diga, você estava querendo falar com o Shiro?
– Como
descobriu?
– Sabe,
Shiro pode não demonstrar e para a maioria das pessoas ele está
agindo perfeitamente normal, mas eu sei que está o preocupando.
– Então
você também percebeu? – indagou Katy.
– Claro,
afinal ele é meu irmão. – sorriu Kuro. – Não sei o que
aconteceu na floresta além do que ele me contou, mas ele parece
estar muito preocupado e distante. Você também está preocupada com
ele?
Katy
concordou mexendo a cabeça.
– Sei
que você já estava fazendo isto, mas gostaria que você falasse com
ele. Sinto que as vezes Shiro não me conta as coisas por querer me
proteger, mas eu também quero proteger ele. Acho que se eu fosse
falar com ele nada adiantaria, mas como você estava lá quando tudo
aconteceu, talvez ele se abra para você e te conte tudo.
– Está
certo, vou falar como ele! E depois voltarei para te contar o que
aconteceu. – sorriu Katy.
Kuro
voltou para o seu quarto e Katherine foi até o de Shiro e o chamou,
pouco tempo depois ele abriu.
– Katy,
o que foi? – indagou ele.
– Vou
direto ao ponto. Shiro, o que aconteceu lá na floresta depois de eu
ter desmaiado?
Shiro
pareceu surpreso, mas respondeu:
– Nada
demais, apenas te trouxe até aqui para ser cuidada.
– Por
favor, não minta, sei que aconteceu alguma coisa e isto está te
incomodando. Desde que eu acordei, logo que você me abraçou percebi
que você estava tremendo e parecia distante. Se está preocupado com
algo, apenas me diga que eu te ajudarei a suportar isto.
Shiro
olhou para baixo, estava pensativo. Depois de algum segundo, voltou a
fitar Katy e disse:
– Está
certo. Quando aquela louca te atacou, eu estava por perto e vi tudo,
logo corri até você. Seu corpo estava congelando, naquele momento
senti medo e raiva ao mesmo tempo, mas aquela garota me olhava de
forma tão indiferente como se eu não fosse nada, fiquei com medo e
corri para Aquacorde carregando você, por sorte deu tudo certo e
você ficou bem. Mas mesmo assim, estou incomodado e preocupado se a
Yuki vai aparecer e machucar aqueles com quem eu me importo de novo.
Além disso, eu sempre chego atrasado, se eu tivesse sido mais
rápido, você não teria que ter passado por isso. – Shiro
apertava o próprio punho, se lembrou de algo que não queria e
começou a tremer. – Desculpe Katy, não queria ter feito você
ficar preocupada comigo.
Katy
fitou Shiro e deu um peteleco em sua testa.
– Ai,
por que fez isso?
– Você
é muito bobo as vezes. Não tem porquê se desculpar, você não
impediu que Yuki me acertasse, mas conseguiu chegar a tempo e me
salvou. Como eu poderia reclamar, depois de você ter me carregado a
noite toda até aqui e ter feito isto por mim. Não vou mentir, pois
eu também tenho medo que a Yuki volte, mas dessa vez estamos juntos
com todos, assim ela não é páreo para a gente. Então, não
precisa ficar preocupado ou se culpar pelo que aconteceu.
Shiro
colocou a mão na cabeça de Katy, fitou seus olhos e sorriu.
– Obrigado,
Katy. Você abriu os meus olhos, não precisa se preocupar mais.
Katy
sorriu para ele.
– Já
está tarde, é bom você ir dormir. Afinal, amanhã, um longo
treinamento te espera!
– Você
está certo. Até amanhã, Shiro! – despediu-se Katy enquanto
caminhava para longe.
Shiro
fechou a porta de seu quarto e deitou em sua cama, colocando sua mão
no rosto.
– Me
desculpe, Katy. Aquilo foi apenas metade da verdade. – pensou
Shiro.
Como
combinado a garota furisode foi até Kuro e contou o que aconteceu,
depois ela retornou para seu quarto e resolveu deitar-se para dormir.
Do lado de fora, uma Zubat, por algum motivo, a observava pela
janela. A Zubat não era a única que observava Katy naquela noite,
Yuki também do lado de fora, observava a mansão com o mesmo olhar
frio de sempre.
– Parece
que você sobreviveu, Katherine Fée. – disse para si mesma. –
Estarei ansiosa para nosso próximo encontro.
…
Enquanto
tudo isto acontecia, no outro lado da cidade, em outra mansão, o
nobre, Ludger Bleu e o mercenário que ele havia contratado
conversavam.
– Quando
pretende começar a operação? – indagou o mercenário.
– Tudo
tem seu tempo. – respondeu Ludger.
O
mercenário estava inquieto, ele enrolava seu próprio bigode com os
dedos.
– Normalmente
eu reclamaria, mas como você pagou uma boa quantia, ficarei
esperando o momento. Mas tem algo que quero saber, por que contratou
a Nevasca Bipolar? – indagou o mercenário.
– E
por que isto te interessa?
– Apenas
curiosidade, afinal meu grupo de mercenários seria o suficiente.
– Eu
recebi recomendações para contratá-la, além do mais não confio
em você.
– Você
deveria ter mais fê no meu grupo, sempre conseguimos fazer o que
queremos, nada dar errado. – disse o mercenário orgulhoso.
– Não
é isso que eu descobrir, pelo seu currículo. Há 10 anos, você foi
preso em Laverre. – contestou Ludger.
– Isto
era antes de eu fundar “Os caçadores” meu próprio grupo de
mercenário. Não cometo o mesmo erro duas vezes, aquele piveta
desgraçada, me fez perder bons anos da minha vida na cadeia.
– Espero
que você esteja certo, Chasseur.
– Eu
estou. – sorriu Chasseur. – Não a nada que pode impedir “Os
caçadores” de caçarem e devorarem…
… Suas
presas.