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Posted by : Zark
29 de mai. de 2016
Faz
tempo que não interrompo a história, deve estar se perguntando o
que eu quero falar desta vez. Não se preocupe, a história de Katy
continuará caminhando, mas as vezes é preciso conhecer a história
de outras pessoas para que entenda melhor a jornada da garota
furisode. Hoje contarei uma história sobre Valerie, a líder cega.
Cidade
de Laverre, 05 de agosto de 2006.
Ela
acordava mais uma vez, ao som dos ventos que batiam na janela. Aos
poucos ia abrindo os olhos até que ouviu uma voz chamar seu nome:
– Valerie,
Valerie! Acorda, está na hora de suas aulas!
Ao
ouvir a palavra “aulas”, Valerie fechou os olhos para voltar a
dormir.
– Eu
mandei você acordar! – O alto timbre da voz ecoou em seu ouvido a
incomodando.
Valerie
abriu os olhos novamente e viu quem a chamava era Linnea, uma garota
de 16 anos que possuía cabelos castanhos bem claros e olhos azuis,
ela estava vestindo furisode azul com a gola rosa, assim como a fita
que amarrava o furisode na cintura.
– Linnea,
o que foi? – indagou Valerie.
– Você
está atrasada para suas aulas, se arrume rápido e vamos.
– Era
isso, por que não disse antes?
– Eu
disse, mas você não queria acordar.
– Tudo
bem, agora sai daqui, que eu vou voltar a dormir. – ordenou Valerie
enquanto deitava e fechava seus olhos mais uma vez.
Valerie
era uma garota de 14 anos, possuía longos cabelos negros e lindos
olhos verdes que parecendo duas esmeraldas. Ela estava de pijama, mas
normalmente usava um furisode parecido com a de Linnea, com a
coloração rosa no lugar da azul e branca no lugar da rosa.
– Valerie,
é bom você parar com essa atitude. Você acabou de se tornar uma
candidata a sucessora e precisa treinar mais que as garotas furisodes
normais. – comentou Linnea.
– Mas,
eu estou com sono e quero dormir. Além disso, eu já sou forte o
suficiente para derrotar qualquer garota furisode, sendo ela uma
candidata ou não. Agora, me deixa dormir, a luz esta incomodando
meus olhos. – contestou Valerie.
– Se
é assim que você quer, vai ser do jeito difícil. – Linnea abriu
todas as cortinas do quarto de Valerie, fazendo a luz de fora invadir
o quarto e o iluminado completamente.
Aquela
luz incomodava os olhos de Valerie, que desejava voltar a dormir. Ela
tapou os olhos com as mãos, mas não foi o suficiente. Sem ter mais
forças para lutar se deu por vencido e resolveu ouvir Linnea.
– Muito
bem! – exclamou Linnea orgulhosa. – Valerie, eu sei que você é
muito forte e tudo, mas se você não treinar, nunca vai conseguir se
torna uma líder de ginásio e as outras candidatas vão te superar
com o tempo.
– Está
certo, vou me arrumar e vou para as … aulas. – Valerie não
gostava daquela palavra.
Eu
vivo no ginásio de Laverre desde que nasci, minha mãe era uma
garota furisode e candidata, era a favorita para se tornar a líder,
mas então ela engravidou e não pode assumir o ginásio, pouco tempo
depois, eu nasci. Fui criada a minha vida inteira como uma garota
furisode, mas as vezes minha mãe me levava em viagens para outros
lugares. Eu me inspirava muito nela, então decide que queria me
tornar a líder do ginásio de Laverre, afinal sentia que era culpa
minha a minha mãe não ter podido ter se tornado a líder, claro que
quando perguntava se ela se sentia assim, ela sempre negava, dizia
que eu ter nascido foi a melhor coisa do mundo. Com o tempo fui
treinando e aprendendo cada vez mais sobre batalhas e pokémons,
criaturas fantásticas e muito amigáveis, minha mãe tinha uma
Sylveon e eu adorava brincar com ela. Minha mãe percebeu como eu
amava a Sylveon e os pokémons e resolveu me dar seu adorado pokémon
que estava feliz em ter uma nova treinadora. Infelizmente, pouco
tempo depois de receber o Sylveon, minha mãe foi pega em um acidente
de carro e faleceu. Fiquei muito triste na época, mas minhas irmas e
a vovó Genkai me ajudaram a superar isso. Foi então que eu percebi
que tinha que ficar mais forte e cumprir o meu e o desejo de minha
mãe, tinha que me tornar uma líder de qualquer forma. Treinei dia e
noite com a Sylveon e com o tempo fui ficando cada vez mais forte, a
ponto que ninguém mais conseguia me derrotar. Acabei me tornando uma
candidata a sucessora, mas percebi que estava muito forte comparado
as outras garotas furisodes, tanto que não tinha mais graça em
treinar, valia mais a pena passar o dia todo dormir, como eu gosto de
dormir.
As
aulas de Valerie haviam acabado mais cedo, no momento ela estava,
junto com Linnea, conversando com Genkai, uma senhora de idade
reconhecida como uma das primeiras lideres de Laverre. Genkai
elogiava Valerie:
– Você
foi muito bem hoje. Se continuar assim, logo vai se tornar a líder
do ginásio.
– Muito
obrigada. Agora, se me dar licença tenho um encontro com meu
travesseiro. – informou Valerie.
Linnea
que estava ouvindo a conversa, se incomodou com o comentário de
Valerie e disse:
– Valerie,
esquece esse encontro e venha comigo, vamos dar uma volta pela
cidade. Faz tempo que você não sai de casa.
– Não,
prefero dormir. – recusou Valerie.
– Não
seja assim, você não pode ficar o tempo todo em casa dormindo, sair
vai fazer bem para você. – explicou Linnea.
Valerie
olhou para Linnea com um olhar desinteressado, reinjetando o convite
com o ele.
– Eu
acho que Linnea certa. – comentou Genkai. – Faz tempo que você
não sai para dar uma volta, além disso, hoje teremos um
acontecimento importante na cidade. Um desfile de pokémon performers
em homenagem a família real, Jaune, que veio visitar a cidade de
Laverre, algo que não faziam a muito tempo.
– Um
desfile de pokémon performers. – Os olhos verdes de Valerie
brilharam, ela sempre assistia, pela TV, as apresentações das
performers, treinadoras de pokémons que fazem apresentações
conhecidas como exibições, mostrando a beleza dos pokémons. Apesar
de preferir batalhar, aquelas apresentações era algo que Valerie
adorava ver, principalmente, porque ela podia ver diversos pokémons
que nunca vira. Agora, ela tinha a oportunidade de ver uma ao vivo
pela primeira vez.
– Então,
o que me diz? – indagou Genkai.
– Vamos
ao desfile!
O
desfile foi algo lindo, havia diversos tipos de pokémons, vários
que eu nunca tinha visto. As performers era treinadoras lindas que
sabiam manusear muito bem seus pokémons. Me senti fraca comparada a
elas, sabia batalhar muito bem, mas nunca conseguiria fazer uma
performance tão linda que nem aquelas do desfile, se bem que eu acho
que se estivéssemos numa batalha elas se sentiram da mesma forma que
estou me sentindo agora. As apresentações estavam muito bonitas,
senti um pouco de inveja da família real que deveria assistir esses
tipos de desfiles sempre. Infelizmente no meio da apresentação,
Linnea teve que ir para casa para ajudar no jantar, mas eu resolvi
ficar, se pudesse ficaria ali para sempre, era algo muito lindo de se
ver.
O
desfile havia acabado e Valerie resolveu retorna para casa, mas no
meio do caminho viu uma pequena garota de olhos
dourados que nem a cor do ouro mais valioso, mas o que mais chamava
atenção eram seus fios de cabelos que eram bem longos onde
começavam roxos do couro cabeludo e ao descer até as pontas ficavam
amarelados dando um ar especial a menina. Ela
estava vestindo um vestido preto e branca, parecia estar perdida.
Valerie se aproximou da criança e indagou:
– Esta
perdida?
A
menina concordou mexendo a cabeça.
– Não
se preocupe, eu te ajudo a encontrar seus pais. – prometeu Valerie
ao sorrir. – Me chamo Valerie, qual seu nome?
– Evelyne
Pourpre Jaune. – disse a menina com timidez.
– Jaune?
Quer dizer que você faz parte da família real? – indagou Valerie.
– Sim,
sou filha do rei. – respondeu a menina envergonhada.
– Então
você é uma princesa! Que legal! Eve, não se preocupe pode deixar
com a grande Valerie que te levarei até seus pais.
– Eve?
– indagou a menina.
– Me
desculpe, é que como seu nome é Evelyne, resolvi te apelidar de
Eve. Se não gostou te chamarei pelo nome mesmo.
– Não,
eu gostei, pode me chamar de Eve. – Sorriu a princesa.
Valerie
segurou a pequena mão da menina e a levou para o lugar onde a
família real estava ficando no caminho elas conversaram bastante e
riram muito.
– O
que você achou do desfile, Eve? Foi muito bonito, não foi? –
indagou Valerie.
– Eu
não sei. Eu não assisti o desfile – respondeu Eve com um rosto
triste. – Minha família não gosta que eu veja muitos pokémons,
sempre foi assim. O único que me mostrou os pokémons foi meu pai,
que está doente e por isso não conseguiu convencer minha mãe de
deixar eu assistir. Meu irmão Adol também tentou convencer a mamãe,
mas não conseguiu. Fiquei triste e fugi para tentar assistir o
desfile, mas me perdi e não vi nada.
Valerie
sentiu a tristeza nas palavras da menina, não queria deixar ela
assim.
– Eve,
sei que não é a mesma coisa que um desfile, mas um dia, eu te
prometo que quando eu me tornar uma líder de ginásio te mostrarei
uma batalha muito divertida.
Um
sorriso se abriu no rosto de Eve.
– Sim!
As
duas continuaram de mão dadas até o momento que chegaram na mansão
onde a família real estava hospedada. Quando chegaram lá, um garoto
com provavelmente a mesma idade de Valerie, estava aguardando na
porta, ele estava com um olhar preocupado. Ele era ruivo e possui
olhos cinzas, estava vestindo uma camisa social vermelha e uma calça
cinza. Ao ver Valerie e Eve, correu em direção as duas e abraçou
Eve.
– Irmãzinha,
estávamos preocupados, nunca mais fuja assim. – desabafou o
garoto.
– Desculpe,
Adol. É que eu queria ver o desfile. – disse Eve.
– Tudo
bem, o que importa é que você está bem. – Apos concluir a fala,
Adol prestou atenção em Valerie, achou ela linda. – O que uma
senhorita tão bela veio fazer aqui?
– Ela
é a Valerie, foi ela que me ajudou quando me perdi e me trouxe aqui.
– explicou Eve.
Adol
chegou perto de Valerie, se ajoelhou e disse:
– Muito
obrigado por salvar a minha querida irmãzinha. O que eu poderia
fazer em troca?
– Não
precisa fazer nada. Ajudei a Eve, porque quis. Além disso ela é uma
ótima garota.
– Eve?
– estranhou Adol.
– Foi
o apelido que Valerie me deu, eu gostei muito. – disse Eve
sorrindo.
Adol
não lembrava de sua irmã sorrindo assim há muito tempo, Eve sorria
assim apenas para seu pai, mas como ele estava doente, não podia
passar mais tempo com Evelyne.
– Além
de linda, você é incrível. – Adol elogiou Valerie que corou um
pouco. – Tem certeza que não tem nada que eu poderia fazer por
você?
– Tenho,
fico feliz que a Eve tenha ficado bem.
O
príncipe admirava cada vez mais Valerie, normalmente se alguém
tivesse essa oportunidade de pedir alguma coisa em troca de ter ajuda
Evelyne, com certeza pediria algo de alto valor, como dinheiro,
títulos de nobreza, se aproveitariam da situação de Eve e
pensariam na recompensa desde que tivessem encontrado a menina. Mas
Valerie não era assim, isso foi algo que Adol reconheceu.
– Se
não quer nada, por que não vem nos visitar nos próximos dias.
Devemos ficar em Laverre por alguns dias, é só me falar que você
sempre será bem-vinda. – sugeriu Adol.
– Isso,
Valerie, venha nos visitar, eu vou gostar muito. – pediu Eve.
– Está
certo! Vou visitá-los!
Passei
uma semana visitando Adol e Eve, era muito divertido. Estava gostando
muito desses dois, sempre achei que nobres eram esnobes, mas eu via
esses dois como pessoas normais. Eve sempre muito fofa e amável e
Adol sempre cuidando dela e me contando histórias muito
interessantes que ele inventava. Nos três sempre nos divertíamos e
riamos juntos, foram dias muitos bons. Quando essa semana acabou Eve
voltou para casa, mas Adol conseguiu pedir aos pais para ele ficar
mais um pouco. Passei outra semana visitando Adol, todos os dias eu
ia para mansão onde ele estava e saiamos juntos por Laverre,
mostrava para ele tudo que sabia sobre a cidade e como eu amava ela,
com o passar dos dias acabei me abrindo para ele e contei sobre minha
mãe e meu desejo de me tornar uma líder de ginásio. Alguns dias eu
estava trites ou chateada com alguma coisa, mas ele sempre abria um
sorriso no meu rosto.
Cidade
de Laverre, 19 de agosto de 2006.
As
aulas de Valerie haviam acabado e ela mais uma vez sairia de casa
para ver Adol.
– Tchau
vovó, tchau Linnea. Vou sair e volto de noite. – falou Valerie ao
sair de casa.
– É
impressão minha, ou Valerie está saindo muito de casa ultimamente?
– indagou Genkai.
– Deve
ser um namorado. – comentou Linnea.
– O
que? Namorado? – Genkai entrou em desespero. – Isso não pode
estar acontecendo, eu cuidei tão bem dela, para ele me larga agora.
– Tenha
calma, você está exagerando. Nem sabemos se é realmente um
namorado, eu estava apenas brincando. – explicou Linnea.
– Nunca
mais me assuste assim.
…
Valerie
foi ao lugar de encontro de sempre, para se encontrar com Adol,
chegando lá, eles conversaram bastante. Passaram várias horas e o
dia estava acabando.
– Acho
que já está ficando tarde, já vou indo. Amanhã, eu venho nos
encontraremos novamente. – disse Valerie.
– Sinto
muito, mas amanhã, vou voltar para Azoth. – informou Adol.
A
expressão de Valerie mudou, ela estava ficando triste, se divertia
muito com Adol, não queria deixar ele ir embora. Adol percebeu a
expressão no rosto dela e disse:
– Não
se preocupe, algum dia eu venho te visitar.
– Muito
obrigada. – Valerie ainda estava triste, mas sua expressão
melhorou um pouco.
– Valerie,
esses dias que nos passamos juntos foram como um sonho, com certeza
te visitarei. Você é incrível, é bondosa, é forte, é linda, as
vezes é um pouco preguiçosa, mas isso é um charme seu. Acho que
depois desses dias, quando olho para seus lindos olhos verdes, nunca
quero te deixar, eu me apaixonei por você. – confessou Adol.
O
coração de Valerie palpitou, ela se sentiu feliz com a confissão
de Adol e exclamou:
– Isso
não é justo! Você não pode dizer que se apaixono por mim e ir
embora assim!
– Me
desculpe, mas é assim que eu me sinto e nada pode mudar isso.
Valerie, qual sua resposta? Você se apaixonou por mim? – indagou
Adol.
– Eu
não sei. – Os sentimentos de Valerie estavam confusos, ela gostava
muito de Adol, mas será que aquilo era amor. Valerie não sabia o
que sentia no momento.
– Entendo,
de qualquer forma, um dia, eu ainda farei você dizer que sim. Isso é
uma promessa!
Valerie
sorriu, talvez gostasse de Adol, talvez não, mas ela sabia que
estava feliz.
Os
dois se despediram com um abraço e cada um seguiu seu caminho.
…
Enquanto
Valerie voltava para casa, viu uma senhora de idade que estava
correndo e gritando:
– Eles
roubaram, meu Furfrou! Aqueles ladrões roubaram meu amado Furfrou!
A
senhora viu Valerie e seguiu em sua direção, ela segurou a mão da
garota furisode e pediu:
– Por
favor, salve meu Furfrou!
Valerie
nem pensou duas vezes e disse:
– Está
bem, aonde foi que roubaram seu pokémon?
– Naquele
beco, daqui uma quadra. – A senhora apontou para o lugar. – Por
favor, salve ele.
– Não
se preocupe, irei salvá-lo!
Valerie
seguiu na direção em que a senhora apontou, ao chegar lá se
deparou com um beco, resolveu atravessá-lo e ao chegar do outro lado
viu dois homens conversando, ela se manteve escondido e ouviu a
conversa.
– Roubar
essa senhora foi fácil demais. – comentou um homem.
– Sim,
o chefe vai gostar muito do nosso trabalho, esses Furfrou apesar de
não terem nada especial são vendidos por um preço alto no mercado
negro. – concordou o outro homem.
– Já
roubamos diversos pokémons aqui em Laverre, vamos levar esses para o
depósito.
Valerie
percebeu que o Furfrou não era o único pokémon roubado por aqueles
dois, além disso eles mencionaram um depósito, onde devia estar os
outros pokémons roubados. Ela continuou observando os dois e
resolveu segui-los para ver aonde seria o tal depósito.
Os
ladrões a levaram para o esconderijo deles, os dois entraram em uma
casa por uma porta de metal. Valerie esperou e tentou abri-la, mas
estava trancada, resolveu procurar uma janela aberta e depois de
algum esforço, conseguiu encontrar. Ela então entrou na casa, o
lugar onde havia entrado parecia ser uma sala comum, mas então ela
ouviu barulhos vindo de baixo e descobriu uma porta que levava para o
porão, ela abriu e desceu as escadas devagorosamente para não fazer
barulho. Ao chegar no porão viu diversas gaiolas cheias de pokémons
roubados, se assustou com a quantidade, vários deles estavam
machucados, alguns possuíam cortes no corpo e outros estavam com
olho roxo e boca sangrando. Aqueles ladrões só podiam ser monstros
para fazerem isso com algum pokémon.
Valerie
continuou a explorar o porão e começou a ouvir vozes de homens
conversando, chegou perto e viu três homens, os dois que vira antes
e outro que passava um ar de superioridade em relação aos outros
dois, ele era bem alto e musculoso, possui cabelos negros azulados e
olhos marrons escuros, estava vestindo uma jaqueta preta. Ela se
escondeu e ficou em um lugar onde não podia ser vista.
– Chefe
Chasseur, conseguimos roubar mais pokémons, incluindo um Furfrou. –
disse um dos homens.
– Muito
bem, assim conseguiremos mais dinheiro facilmente. – respondeu o
cara de jaqueta preta, o provável chefe, chamado de Chasseur. –
Chamem os outros, roubamos pokémons suficientes em Laverre, vamos
preparar eles, para vendermos no mercado negro.
– Sim,
chefe. – disseram os outros dois
Os
três decidiram subir e sair do porão, Valerie ficou escondida atrás
de algumas gaiolas e não foi vista quando eles saíram. Ela esperou
um pouco até as vozes deles se distanciarem a ponto que não
poderiam mais ser ouvidas. Então, ela saiu de onde se escondia e se
aproximou das gaiolas com os pokémons dentro.
– Não
se preocupem vou libertar todos vocês.
Valerie
pegou uma pokébola e jogou no ar, liberando sua Sylveon.
– Sylveon,
não há tempo para explicar, mas me ajude a libertar, esses
pokémons.
Sylveon
concordou com a cabeça.
– Use
o Swift nas gaiolas para libertá-los! – ordenou
Valerie.
Sylveon
soprou diversas estrelas que abriram diversas gaiolas, ela repetiu o
movimento várias vezes. Enquanto, Sylveon abria as gaiolas, Valerie
procurou um telefone e ligou para a polícia denunciando os ladrões
e dando a localização do esconderijo deles. Com todas as gaiolas
abertas e todos pokémons libertados, Valerie resolveu sair do porão,
mas foi surpreendida quando Chasseur voltou com mais de 10 homens.
– O
que está acontecendo aqui? Como você ousa libertar minha fonte de
dinheiro! – gritou Chasseur com raiva. – Isso não vai ficar
assim, homens peguem ela e os pokémons!
Todos
os homens jogaram diversas pokébolas para cima e delas foram
liberados diversos pokémons.
– Isso
é ruim. – comentou Valerie.
Ela
olhou para sua Sylveon e para os outros pokémons e disse:
– Vamos
acabar com eles! Sylveon use Moonblast!
Sylveon
acumulou energia rosa em volta de sua boca, que foi liberada
derrubando diversos pokémons inimigos.
– Estamos
apenas começando. – disse Valerie.
A
batalha estava sendo dura, mas com o tempo Valerie, Sylveon e os
outros pokémons estavam conseguindo abrir vantagem. Mas Chasseur que
parecia não está gostando do resultado, colocou uma máscara de gás
e lançou um Weezing. Chasseur alimentou seu pokémon com uma berry e
então o ordenou:
– Use
Belch!
Weezing
soltou um arroto que liberou uma fumaça roxa que derrubou todos
daquele lugar, Valerie começou a tossir, mas Sylveon tapou seu nariz
usando uma de suas fitas, para que Valerie não respirasse o gás
venenoso. Com o tempo a fumaça roxa se dissipou e desapareceu,
revelando que Chassuer, Weezing, Valerie e Sylveon eram os únicos de
pé.
– Não
queria ter tido que usar isso, mas você não me deixou escolha. Se
sair agora, eu deixo você ir com vida. – alertou Chasseur ao tirar
a máscara de gás.
– Não
deixarei esses pokémons para trás! Vou te derrotar e sair daqui! –
retrucou Valerie.
– Se
é assim, Weezing use Sludge Bomb! – O pokémon
venenoso cuspiu uma bomba de lama venenosa.
– Sylveon
desvie e use Psyshock! – Sylveon
conseguiu desviar e lançou, através de suas fitas, um raio roxo em
cima do Weezing, que não consegui desviar e recebeu o dano.
– Acha
que isso é suficiente para nos derrotar? Weezing use Double
Team!
O
Weezing começou a se multiplicar criando clones falsos.
– Isso
vai ser um pouco difícil, mas é assim que eu gosto! – confessou
Valerie. – Acerte seu Psyshock em todos os Weezing!
– Isso
não vai acontecer! Weezing use Sludge Bomb!
As
dezenas de Weezing começaram cuspir as bombas de lama venenosas em
cima da Sylveon que não conseguiu desviar e foi acertada, pois não
sabia qual era a bomba verdadeira. Apesar de ser acertada, Sylveon se
levantou rapidamente.
– Não
se preocupe com o ataque do inimigo, continue usando Psyshock
nos Weezing!
Sylveon
lançava diversos raios violetas onde acertavam os Weezing, que eram
sempre os falsos.
– Você
não aprende mesmo, Weezing use Sludge Bomb!
Mais
uma vez as bombas forma cuspidas e Sylveon acertada que se levantou
apesar de estar muito machucada.
– Agora,
a vitória é minha, mais um ataque desses e sua Sylveon já era! –
comemorou Chasseur.
Valerie
começou a rir, algo que deixou Chasseur mais raivoso.
– Do
que está rindo, sua desgraçada!
– Você
acha que venceu, mas a vitória agora é minha! – exclamou Valerie.
– Só
nos seus sonhos, Weezing finalize com Sludge Bomb!
– Sylveon,
esquece os outros Weezing e use seu Psyshock naquele. –
Valerie apontou para um das dezenas de Weezing.
As
fitas da Sylveon se juntaram e soltaram novamente os raios roxos em
direção do Weezing em que Valerie apontou.
– Weezing
desvie!
O
comando de Chasseur não adiantou, Sylveon acertou seu movimento no
venenoso que foi jogado para longe.
– Sylveon
continue com Swift! – ordenou Valerie.
Ainda
no ar Sylveon caiu em direção ao Weezing e ao chegar ao seu lado,
cuspiu as estrelas o nocauteando.
– Mas
como? Como você descobriu qual era meu Weezing? – indagou
Chasseur.
– Isso
foi simples, na primeira vez eu não estava prestando atenção e não
vi, mas na segunda, eu apenas vi de onde o golpe veio e localizei o
verdadeiro Weezing, não foi nada demais. Agora você perdeu e vai
libertar todos os pokémons que roubou. – respondeu Valerie.
– Isso
não vai ficar assim, eu vou te matar! – Chasseur pulou em cima de
Valerie e começou a apertar seu pescoço com as duas mãos.
Valerie
tentou reagir, mas Chasseur era mais forte, ela se contorcia e
sentia, sua respiração cada vez mais fraca.
– Morra!
– gritou Chasseur.
Antes
que Chasseur conseguisse matar Valerie, Sylveon lançou seu Psyshock
nele, libertando sua treinadora. Que tossiu um pouco antes de
conseguiu falar:
– Obrigada,
Sylveon.
Sirenes
de polícia tocaram do lado de fora, os policias estavam entrando e
junto deles Linnea apareceu também, estava preocupada com Valerie, e
ao ligar para a policial descobriu onde sua irmã estava. Os
policiais prenderam os ladrões, colocaram seus pokémons na
pokébolas e estavam preparando para levar os pokémons roubados para
seus treinadores. Linnea abraçou Valerie com força.
– Eu
fiquei tão preocupada. Se eu pudesse fazer alguma coisa.
– Você
pode. É só deixar eu dormir até quando eu quiser. – sugeriu
Valerie.
– Sua
idiota. – disse Linnea de forma meiga. – Vamos para casa.
– Vamos.
– Valerie sorriu.
Elas
estavam saindo do porão, assim como Chasseur que estava sendo preso
e levado pela policial. Em uma fração de segundo, ele conseguiu se
libertar e pegar sua pokébola e ordenou ao lançá-la:
– Weezing
use Sludge Bomb nessa desgraçada!
Sem
que ninguém pudesse fazer nada Weezing saiu da pokébola e lançou
sua bomba venenosa em Valerie, que tentou desviar, mas não conseguiu
recebendo o golpe em seus olhos. Rapidamente os policias prederam
Chasseur novamente e retornaram o Weezing, mas já era tarde demais.
– Valerie!
Vocês está bem? – indagou Linnea preocupada.
Valerie
havia caído no chão e gritava de dor:
– Está
ardendo, está doendo muito!
– Um
médico por favor! – gritou Linnea desesperada.
Ao
ver a cena Chasseur sorriu, foi levado preso, mas estava sorrindo.
Valerie continuava no chão se contorcendo de dor.
– Se
acalme, Valerie. A dor vai passar e vai ficar tudo bem. – disse
Linnea.
Lagrimas
começaram a escorrer no rosto de Valerie.
– Linnea,
eu não consigo ver, eu não consigo ver!
Ao
ouvir essas palavras, uma triste rajada chegou ao coração de
Linnea, lágrimas escoriam pelos olhos das duas irmãs. Linnea
abraçou a irmã fortemente enquanto chorava. Valerie não se mexia,
apenas chorava parada enquanto era abraçada por Linnea e repetia as
palavras:
– Eu
não consigo ver, eu não consigo ver …
Cidade
de Laverre, 20 de agosto de 2006.
Não
havia mais luz em meu caminho, apenas escuridão. Não conseguia
enxergar mais nada, tinha ficado cega. Fui levada para o hospital,
mas nada adiantou, a resposta foi a mesma. De acordo com o médico,
meus olhos não eram mais verdes e sim roxos e sem pupilas,
deformação causada pelo veneno do Weezing. Minhas irmãs, assim
como a avó Genkai vieram me ver, mas nada adiantava, eu estava
triste e aposto que elas também, tenho certeza que choraram, mas não
queriam fazer isso na minha frente. Agora me sinto estranha, não sei
mais como andar sozinha, acabado me batendo nas paredes e em objetos,
não sei mais comer um simples prato de comida sem derrubar tudo,
também não sei mais como batalhar. Será que eu teria que desistir
de meu sonho? Era assim que eu me sentia., tinha perdido tudo.
Valerie
continuava deitada na cama do hospital, quando a campainha de seu
quarto toca.
– Pode
entrar! – exclamou ela.
– Olá,
Valerie. – Valerie reconheceu a voz, era Adol, falando. Algo que
deixou ela um pouco mais feliz.
– Adol,
achei que tinha voltado para sua casa. – comentou Valerie.
– Vou
voltar hoje, mas tinha que te visitar. Eu sinto muito pelo que
aconteceu. – disse Adol.
– Adol,
você ainda gosta de mim? – indagou Valerie.
– Que
pergunta mais estranha, é claro que gosto!
– Tem
certeza? Você sempre disse que se apaixonou pelos meus lindos olhos
verdes, mas agora eles são roxos e feios.
– Não
importa se seus olhos são verdes ou roxos, se você enxerga ou não.
Eu te falei isso ontem, eu te amo e nada pode mudar isso. Além do
mais, seus olhos continuam lindos!
Valerie
corou e resolveu falar:
– Adol,
obrigada. Queria que eu não tivesse que desistir do meu sonho, assim
como você não desistiu de mim.
– Você
não precisa desistir de seu sonho. Você ainda pode se tornar uma
líder de ginásio!
– Mas
como farei isso, sem poder enxergar? – indagou Valerie.
– Se
tornando mais forte! – respondeu Adol. – Afinal, esse é o seu
sonho, além disso você não pode se esquecer que fez uma promessa a
Eve que mostraria uma batalha a ela, assim que você se tornar uma
líder de ginásio.
A
expressão de tristeza de Valerie começa a mudar para uma de
esperança.
– Posso
ter passado pouco tempo com você, mas esse tempo foi suficiente para
me apaixonar e me mostrar o quão incrível você é! Eu tenho
certeza, que se você é a Valerie que eu conheci, você conseguirá
superar esse obstáculo e agarrará seu sonho com todas as forças! –
incentivou Adol.
A
expressão de Valerie já havia mudado completamente, agora ela
emanava esperança, ao sorrir Valerie resolveu falar:
– Você
está certo, não importa os obstáculos e as adversidades, não
importa o que aconteça e o que eu tenha que passar, eu me tornarei …
… Uma
líder de ginásio