• Posted by : Zark 30 de out. de 2016

    Chorar não significa que você é fraco e aguentar não significa que você é forte.

    Cidade de Aquacorde, 23 de outubro de 2016.

    Katherine
    Naquele triste e doloroso dia, a chuva não parou nem que fosse por um segundo, parecia que continuaria por toda a eternidade. Horas se passaram, todos já haviam indo embora e eu continuava lá, chorando e fitando a lapide da minha preciosa amiga. Sentia muita dor em meu coração, afinal para mim, eu era a culpada pela morte da doce Mirai.
    A garota furisode estava encharcada, seu corpo e suas roupas estavam cobertos pela água da chuva, mas ela já não se importava. Continuava sentado no chão chorando e encarando a lapide. Foi quando Serena apareceu atrás dela com um guarda-chuva.
    Não adianta você ficar apenas chorando. – disse a valquíria das chamas.
    Se conseguisse, eu pararia. – contou Katy.
    Vamos embora, se ficar nessa chuva vai pegar um resfriado. – alertou Serena.
    Não me importo com isto.
    Mas eu sim, vamos indo.
    Não, eu quero ficar aqui.
    Não tente se punir, a culpa não foi sua. – falou Serena.
    A culpa não foi minha? – indagou Katy sarcasticamente. – Se eu não tivesse inventado de começar esta jornada e tivesse ficado em casa, não teria me encontrado com Chasseur e ele não mataria a Mirai para se vingar. A Culpa dela ter morrido foi minha e desse meu desejo estúpido! – Katy chorava e berrava enquanto falava.
    A culpa não foi sua. – disse a Serena firmemente.
    Pense o que quiser, mas eu sei que foi. – comentou Katy. – Eu vou continuar aqui, então pode ir embora.
    Serena não disse mais nada, apenas se sentou ao lado de Katy e a cobriu com seu guarda-chuva.
    O que você está fazendo? – indagou Katy.
    Se você quer ficar aqui, fique, mas eu ficarei ao seu lado. – respondeu Serena.
    Apenas vá embora. Eu quero ficar sozinha. – pediu Katy.
    Tem certeza?
    Eu respondi que sim, mas não tinha mais certeza de nada. Talvez se a Serena ficasse ao meu lado fosse menos doloroso para mim, mas eu não queria que ela sofresse por minha causa, não queria que mais ninguém se machucasse por minha culpa. Depois daquilo, Serena foi embora, mas deixou seu guarda-chuva, nem sei porquê, afinal eu já estava ensopada. Mas por algum motivo aquele guarda-chuva me deixava mais segura.
    Calem
    Depois de ter falado com Katy, Serena voltou para a mansão e lá estava Calem a esperando.
    Conseguiu convencer Katy? – indagou Calem.
    Se tivesse convencido, ela estaria aqui. – respondeu ela.
    E você, está bem?
    Sim, não se preocupe comigo.
    Senhorita Serena, não minta para mim. – disse Calem.
    Estou falando sério. Só estou um pouco cansada, mas já vou para meu quarto descansar. – contou Serena ao ir para outro cômodo.
    A senhorita Serena adora se fazer de forte, mas tenho certeza que ela é uma das que mais está sofrendo pela morte da Mirai. Eu também me sentia triste, de alguma forma queria consolar ela, mas ela sempre pareceu tão distante. Queria alcançá-la, queria ir atrás dela e falar para ela que podia contar comigo, mas não fiz nada disso, apenas a vi indo para seu quarto, enquanto continuava perdido em meus tristes pensamentos.

    11 anos atrás.

    Cidade de Lumiose, 12 de outubro de 2005.

    Ainda me lembro da primeira vez que encontrei a Serena, eu estava em um beco sujo em Lumiose. Eu estava quase nu, todo sujo e morrendo de fome, estava deitado sobre uma pilha de lixo que me parecia mais confortável que o chão. Foi então que eu a vi, seus lindos cabelos dourados e seus brilhosos olhos azuis. Ela cantava como se fosse um anjo, ao me ver ela foi até a mim e esticou a sua mão.
    Quem é você? E o que quer? – indagou Calem
    Eu sou seu anjo da guarda, e vim para tirar você desse lugar. – sorriu Serena.
    Ao ver aquele sorriso, o coração do pequeno Calem começou a palpitar.
    Você está falando sério?
    Claro! Vou te levar para um lugar mais bonito, onde vai poder tomar banho, se vestir com roupas mais bonitas e comer muito. – As palavras de Serena confortaram Calem.
    Calem não entendia o porquê, mas sentia que podia confiar naquela menina.
    Está esperando o que? Segure minha mão que te levarei para longe dessa escuridão. – sorriu ela.
    Era a primeira vez que alguém oferecia algo para Calem, ele sentiu algo que nunca sentia muito tempo, esperança. Os olhos dele se encheram de lágrimas, mas ele não queria chorar e tentava se segurar e apertava os próprios olhos.
    O que está fazendo? – perguntou Serena.
    Eu não quero chorar e parecer fraco. Eu tenho que ser forte. – respondeu Calem.
    Chorar não significa que você é fraco e aguentar não significa que você é forte.
    Depois de ouvir aquelas palavras, Calem desistiu de resistir e começou a chorar tanto como nunca havia feito antes. Serena caminhou até ele e deu um beijo em sua bochecha, algo que fez Calem corar e seu coração palpitar cada vez mais forte.
    Se você vir comigo, não terá mais que fingir ser forte, pois eu serei por você. – sorriu Serena. – Vamos! – Mais uma vez Serena esticou sua mão para Calem, que ao limpar suas lágrimas a segurou.
    Segurando a mão de Calem, Serena caminhou para fora daquele beco escuro e finalmente chegou em um lugar iluminado de Lumiose.
    A propósito, me chamo de Serena! Qual seu nome?
    Eu me chamo Calem! – Ele sorriu, algo que não fazia a muito tempo.
    Eu devo muito a Serena, muito mais do que a qualquer um, foi ela que me tirou daquelas ruas sujas e me deu uma nova vida, aonde eu poderia fazer alguma diferença. Desde então jurei proteger ela, mas parece que é ela que sempre está me protegendo.

    11 anos depois.

    Cidade de Aquacorde, 23 de outubro de 2016.

    Evelyne
    Eu estava sozinha no meu quarto, deitada em minha cama. Estava chorando bastante. A morte de Mirai tinha me deixado bastante triste e não apenas isto, me trazia diversas memórias e lembranças ruins que eu queira esquecer.
    Me lembrei daquelas crianças, sendo levadas para um lugar escuro e horrível. Me lembrei daquelas agulhas e remédios coloridos. Me lembrei dos gritos das crianças enquanto pessoas de branco faziam experimentos, abrindo elas com o bisturi, dando choque nelas, quebrando seus ossos e muitas outras coisas terríveis. Me lembrei das crianças mortas que não resistiam. Me lembrei de tentar ajudar, mas fiquei com medo e desistir, deixei aquelas crianças serem usadas como ratos de laboratórios, me arrependia de não ter feito nada para ajudá-las. Me lembrei das coisas terríveis que fiz e que fizeram comigo. Mas o que mais eu odiava lembrar eram aquelas palavras usadas para justificar todas aquelas ações “Pelo nome da Ordem dos Cavaleiros de Ciassyl”.
    Ela levantou de sua cama, e ficou sentada, seus olhos ainda estavam cheios das lágrimas. Eve pegou algo que escondia em seu vestido, era uma luva negra com diversas linhas azuis, parecia ser algo meio tecnológico.
    Se eu não tivesse hesitado e tivesse a usado, poderia ter salvo a Mirai. – choramingou Eve para se mesma. – Droga!
    Ela continuou sentada, encarando aquela luva.
    Eu podia ter salvado a Mirai, mas fiquei com medo. O mesmo com as crianças de minhas memórias, se eu tivesse feito algo, nada ruim teria acontecido.
    Kuro
    Ele estava em seu quarto com um olhar triste encarando a Kuronotsurugi, sua espada. Olhar aquela katana trazia memórias a Kuro.
    Ganhei a Kuronotsurugi a bastante tempo, antes mesmo de conhecer o Shiro. Nunca esquecerei do dia em que ela foi me dada.

    8 anos atrás.

    Couriway Town, 18 de novembro de 2008.

    Quero que você fique com Kuronotsurugi. – disse uma mulher linda de olhos negros e cabelos prateados.
    Tem certeza disso? Ainda sou bem fraco. – indagou o pequeno Kuro.
    É por isso que estou te dando a Kuronotsurugi, para junto a ela, ficar mais forte. – respondeu a mulher ao entregar a espada nas mãos de Kuro. – Lembre-se, está espada tem a lâmina cega,. Ela não foi feita para machucar ou matar e sim para proteger. Nunca a use, se não for para proteger alguém ou a si mesmo.
    Está certo.
    8 anos depois.

    Cidade de Aquacorde, 23 de outubro de 2016.

    Uma espada feita para proteger” Me perguntava do que adiantava ela, se não conseguia fazer nada, nem mesmo proteger uma pequena garotinha.
    Shiro
    Eu estava sozinho na biblioteca, lendo os livros que via Mirai lendo. Assim como Mirai, quando eu era pequeno adorava ler e passava horas lendo, mas infelizmente, meu pai não achava que era um bom habito e queimou todos os meus livros. Depois de ler algumas coisas resolvi caminhar pela biblioteca, a maior parte do tempo que passei com a Mirai tinha sido nela, eu me lamentava por ter sido fraco demais e como tinha falhado em proteger a Mirai, eu nunca poderia cumprir a promessa de mostrar os Lapras para ela. Não apenas a Mirai, eu havia falhado em proteger a Alice e muitas outras pessoas importantes para mim. Eu não queria sentir esta dor de novo, a dor de perder alguém e saber que por ter sido tão fraco, eu não pude fazer nada.
    Shiro parou de caminhar pela biblioteca, encarou uma parede e a socou com bastante força enquanto gritava:
    Droga! Droga! Droga!
    Ele continuava socando a parede com força, tanta que seus punhos começaram a sangrar.
    Aqueles desgraçados! Ludger e Chasseur, seus desgraçados! – berrava ele.
    Os seus socos ficavam mais intensos e fortes.
    Se eu tivesse sido mais forte! Se eu tivesse feito algo! – Shiro bateu a cabeça com força na parede e sua testa começou a sangrar. Ele então parou de socar a parede e começou a chorar. – Eu não sirvo para nada, não pude proteger a minha mãe, nem a Alice, nem a Mirai, eu não pude proteger ninguém!
    Ludger estava na sua mansão, esperando por Chasseur e quando finalmente o caçador chegou, o nobre berrou:
    Mas o que você pensa que fez!
    Do que está falando? Apenas fiz o meu trabalho. – disse Chasseur.
    Você matou aquela criança! Não era para você ter matado ela! – gritou Ludger.
    Era sim, eu matei ela por vingança, e você sabe muito bem que tudo o que você está fazendo é por vingança. Você e eu não somos diferentes. – falou Chasseur.
    Eu discordo, o que estou fazendo não é apenas por vingança e além disso eu não matei ninguém. – contestou Ludger.
    Chasseur soltou uma gargalhada e disse:
    Você não matou ainda! Com este seu plano, você vai matar bem mais pessoas e pokémons do que eu, inclusive a sua tão “amada” Serena.
    Eu não vou matar ninguém com as minhas próprias mãos.
    Você é realmente um covarde! Não vai usar as suas mãos, mas as ordens serão suas, então a culpa da morte de todos será sua.
    Olhe como você fala comigo, se lembre que sou eu que estou te pagando. – disse Ludger. – Ainda acho que você não deveria ter matado aquela menina.
    Com a morte dela consegui o que você queria, tempo suficiente até tudo estar pronto. Pode ter certeza que a Serena e os outros não vão te atrapalhar! Afinal, logo o plano vai ser posto em prática.

    Cidade de Aquacorde, 24 de outubro de 2016.

    Katherine
    Eu acordei, estava em meu quarto, olhei para a janela e continuava chovendo, assim como o dia anterior, a chuva não parecia que pararia tão cedo. Por causa da chuva me lembrei, que não queria ter saído cemitério e queria ter continuado olhando para lapide de Mirai, mas então a Zubat de sempre apareceu. Ela batia as asas freneticamente como todos as vezes que a via, pedi a ela para me deixar sozinha mas ela insistiu que eu voltava para a mansão, e eu recusei. Foi então que ela começou a me morder até que eu fosse embora, tenho certeza que estava bem preocupada comigo. Não consegui dormir direito, mas foi melhor do que ter dormido num cemitério, devo agradecer a Zubat por ter me tirado de lá, apesar que eu não queria ter saído.
    Me levantei da cama e vi o chaveiro do Bidoof que a Mirai tinha me dado em cima de uma escrivaninha, fui até lá, peguei o chaveiro e apertei com força, como se estivesse abraçando a Mirai, foi então que comecei a chorar de novo. Sentia muita culpa e dor pela Mirai ter morrido, tanta que não aguentava e chorava como um bebé.
    Kuro
    Acordei e como fazia todos os dias, fui até a mesa onde sempre tomávamos o café da manhã, mas ao chegar lá, não encontrei ninguém. Fiquei triste, me lembrei dos dias anteriores que havia passado junto de todos e de como era divertido, mas esses dias tinham acabado.
    Resolvi comer alguma coisa e depois fui até o quarto de Shiro. Eu estava preocupado com ele e com todos, a morte da Mirai, tinha nos afetado bem mais do que imaginávamos.
    Shiro
    Era um novo dia, eu estava em meu quarto. Não conseguia parar de pensar na Mirai e que falhei em salvá-la. Comecei a pensar que se eu tivesse matado o Ludger quando invadi e mansão dele, ou se tivesse matado a Yuki, quando ela me pediu, as coisas poderiam ter sidos diferentes e a Mirai poderia ter ficado viva. Eu estava pensando que se eu não tivesse me controlado e tivesse feito coisas terríveis, como tantas que já fiz, poderia ter salvo a Mirai.
    Shiro estava deitado em sua cama e sua Meowstic estava em seu lado, os olhos do Shiro estavam com um ar diferente, coisa que preocupou a Meowstic.
    Não precisa se preocupar comigo. Eu estou bem. – disse Shiro ao fazer cafuné na cabeça dela. – Meowstic, você sempre esteve ao meu lado, sempre me protegendo, eu fico muito feliz de ter conhecido você, então não se preocupe comigo.
    Meowstic concordou com a cabeça.
    É então que Shiro ouve uma batida na porta do seu quarto. Ele vai até lá e quando abre, vê que é o Kuro.
    Shiro, quero converso com você. – contou Kuro.
    O que foi? – indagou Shiro.
    Bem, eu estou preocupado. Ninguém foi tomar o café da manhã e todos parecem estar bem distantes. Eu sei que a morte da Mirai foi algo muito triste, mas ver todos sofrendo assim, é algo mais triste ainda. Eu estou preocupado com todos, inclusive com você. Sei que você deve estar se culpando, assim como fez quando a Alice, foi embora, mas a culpa não foi sua, eu também estava lá e não fiz nada. – respondeu Kuro.
    Kuro, não quero falar sobre isto no momento. – disse Shiro.
    Eu também queria ter sido mais forte para salvá-la, mas se culpar não vai adiantar.
    Kuro, por favor, este não é o momento.
    Está bem. – Kuro saiu e foi embora.
    Shiro fechou a porta e deitou em sua cama com o braço em cima de seus olhos.
    Kuro, você de todas as pessoas, deveria saber que dizer que a culpa não foi minha, não vai mudar o fato de que eu sei que poderia ter feito algo. Você dizendo que a culpa não é minha, só me faz pensar que você percebeu que na verdade a culpa é minha, mas não quer que eu pense nisto.
    Calem
    Assim que acordei fui direto para o quarto da Senhorita Serena procurá-la, ainda estava bem preocupado com ela, mas ao chegar lá, ela já havia saído. Resolvi procurá-la por toda a mansão, perguntei a todos o que vi, mas não a encontrei. Depois de muito tempo desesperado tentando achá-la, olhei para a janela que estava coberta pela água da chuva e vi uma luz, parecendo uma chama bem longe, ao fundo da floresta que usávamos para treinar. Sair da mansão e fui até o local de treinamento e segui a floresta até o fim. Aquela luz, só poderia ser a Senhorita Serena e eu precisava encontrá-la.
    Ao chegar a seu destino Calem viu Serena ao lado de sua Braixen. Muitas árvores estavam destruídas e pegando fogo.
    Braixen, exploda tudo! – berrou Serena.
    Como ordenado, a Braixen usou a sua vareta como se fosse uma varinha e acertou um golpe flamejante no chão que o explodiu e jogo diversas chamas para os lados onde acertava e queimavam as árvores.
    Braixen, mas uma vez! Destrua tudo! Acabe com tudo! Exploda tudo! Queime tudo! – berrou Serena perdida em raiva e frustração.
    Braixen se preparava para obedecer a sua treinadora, mas foi interrompida por Calem.
    Já chega! – exclamou ele.
    Calem, o que você está fazendo aqui? – indagou Serena.
    Eu estava preocupado com você e vim te procurar.
    Vá embora! Eu quero ficar sozinha!
    Quer ficar sozinha para que? Para descontar a sua frustração, raiva e dor nessas árvores? – indagou Calem.
    Não estou sentindo nada disto, eu estou bem. Apenas estou treinando com a Braixen. Agora, pode ir embora, para não me atrapalhar! – respondeu Serena grosseiramente.
    Senhorita Serena, você sempre se faz de forte, para que os outros possam se apoiar em você, mas você não precisa fingir que está bem e que a morte da Mirai não te deixou triste.
    Cale-se! Eu não quero mais ouvir essas baboseiras. Saia daqui agora!
    Eu não sairei, até que você pare de fingir e me mostre como realmente está sentindo.
    Se você não for embora, eu vou ordenar a Braixen explodir você!
    Eu já disse que vou ficar aqui. Se quer me explodi, me exploda.
    Por que você é assim tão idiota! Já disse que estou bem! Saia daqui!
    Você não está bem. Você foi quem escolheu o nome da Mirai, você queria que ela tivesse um brilhante futuro, assim como todas as crianças que você cuidou, inclusive a mim. A realidade é que por causa da morte da Mirai, você está profundamente triste, está sentindo muita dor em seu coração. – contou Calem.
    E como é que você sabe? – indagou Serena.
    Porque eu também me sinto assim. Meu coração doí toda vez que penso nela e de como deveria a ter protegido. – Lagrimas começaram a sair pelos olhos de Calem. – Não adianta ficar fingindo que está tudo bem e descontar todas as suas emoções destruindo as coisas. Você não precisa aguentar e tentar sempre ser o apoio de todo mundo, deixe pelo menos dessa vez, eu me tornar o seu apoio. Afinal é como a pessoa que eu mais amo neste mundo me disse uma vez para mim, “Chorar não significa que você é fraco e aguentar não significa que você é forte”.
    Calem. – Os olhos da Serena se encheram de lágrimas. Ela abraçou Calem fortemente e começou a chorar sem parar. – Você é mesmo um idiota!
    Eu sei. – Calem apertou a Serena fortemente.

    Serena
    Eu não chorava tanto a muito tempo, estava guardando todos estes sentimentos ruins para mim mesma, para que os outros pudessem se apoiar em mim e não terem que temer em se demonstrarem fracos. Mas eu pude liberar todos estes sentimentos e finalmente pude em confiar em alguém para me apoiar.
    Serena e Calem continuaram ali abraçados por um bom tempo, onde suas lágrimas se misturar com a chuva que caia.
    Evelyne
    Eu continuava triste e lamentava muito não ter feito nada, já estava tarde e ainda estava na minha cama, apenas encarando teto sem fazer nada. Depois de muito tempo sem fazer nada e pensando percebi, que ficar triste e se lamento não vai adiantar.
    É isto mesmo! Vou começar um novo dia com um bom temperamento! – exclamou Eve para se mesma. – Vou tomar um ar e depois procurar algo doce para comer, assim, com certeza, ficarei mais pra cima.
    Evelyne se arrumou e saiu de se quarto, quando se deparou com William.
    Bom dia, senhorita Evelyne. – disse ele.
    Bom dia.
    Você está bem? – indagou William.
    Ainda um pouco triste, mas estou tentando mudar isto. – respondeu Evelyne.
    Bem, se não estivesse triste, diria que não era normal. Vi muitas pessoas morrendo e sempre fico tristes por elas, com a Mirai foi pior ainda, por ela ser uma criança que poderia ter um ótimo futuro.
    William, por que as pessoas morrem? – indagou Eve com um tom triste.
    A morte é algo inevitável e que não podemos mudar, quando mais você vive, mais verá pessoas morrendo e sofrendo. Acredito que morremos, por esta ser a lei natural das coisas, o mundo é assim e não podemos mudar isto, assim como não podemos mudar o passado. – respondeu William.
    O mundo é injusto!
    Não adianta ficar discutindo se o mundo é justo ou injusto. Justiça é algo pessoal e depende dos olhos de quem vê. Se acha que a morte é algo injusto, eu diria que não penso assim. Para mim é a morte que nos faz querer viver tanto, é ela que nos faz em querer amar e tantas outras coisas. Acredito que se a vida durasse para sempre não aproveitaríamos cada dia como aproveitamos, não amaríamos como amamos. É triste ver pessoas partindo, mas são essas pessoas que nos fazem querer viver e continuar lutando.
    Acho que você está certo. – Eve sorriu. – Mas eu estou preocupado com os outros, desde ontem ninguém se fala e fica todo mundo sozinho.
    Muitas vezes precisamos de um tempo as sós, mas quase sempre não sabemos quando devemos parar. – disse William.
    Você está certo, tenho que procurar meus amigos para alegrá-los!
    Katherine
    Ela continuava em seu quarto sozinha lamentando tudo que havia acontecido, foi neste momento que algo bateu em sua janela, ao olhar viu a Zubat e deixou ela entrar.
    O que foi Zubat, quer algo? – indagou Katy com uma feição triste.
    A Zubat fez uma cara triste colocando seus lábios para baixo e depois mexeu a cabeça como se estivesse negando, ou pedindo para Katy não ficar triste e logo depois a Zubat sorriu e ficou voando felizmente batendo suas asas, como se estivesse querendo que Katy sorrisse também.
    Agradeço sua preocupação Zubat, mas eu não estou com o humor para sorrir.
    A Zubat fez uma cara emburrada e voa até Katy segurando as pontas de seus lábios com as asas e fazendo um sorriso no rosto da Katy.
    Zubat, para com isto.
    A morceguinha continuou e sorriu para Katy como se estivesse achando tudo divertido.
    Você é bem estranha as vezes. – comentou Katy.
    A porta de seu quarto abriu e Evelyne entrou.
    Katy? Um Zubat? – Eve estava confusa e Katy resolveu contar tudo sobre a Zubat e tudo sobre que tinha acontecido com a Mirai e Chasseur.
    Ao contar aquela história Katy chorava, não conseguia conter as suas lágrimas, Eve ouvia tudo atentamente e depois de alguns minutos Katy havia terminado.
    Eve olhou para a Zubat e disse:
    Obrigada, por cuidar da Katy.
    A Zubat pareceu feliz e começou a fazer piruetas no ar.
    Katy, eu sei que você está bem triste, mas temos que superar isto, ficar se lamentando não vai adiantar nada. – contou Eve.
    Mas a culpa da Mirai ter morrido é minha, se eu não tivesse encontrado Chasseur nada disso teria acontecido. É tudo culpa minha e do meu sonho idiota de se tornar a campeã de Kalos! Eu devia desistir de tudo e voltar para a minha. – falou Katy com lágrimas em seus olhos.
    Você está sendo muito egoísta! – Aquelas palavras surpreenderam Katy. – Você não pode desistir do seu sonho, se fizesse isto, o que a Mirai pensaria de você?
    Eve.
    Você está se culpando por tudo que aconteceu, mas se você fizer isto, está culpando a Valerie também, afinal tudo começou com ela. – continuou Eve.
    Eu nunca culparia a Valerie! – exclamou Katy. – Ela é uma pessoa incrível e muito forte que sempre me inspirei, nada do que aconteceu é culpa dela.
    Eu sei, por isso a culpa também não é sua. – concluiu Eve. – Sabe, quando eu era criança conheci a Valerie, sei que ela é uma ótima pessoa, e tenho muita vontade de se reencontrar com ela algum dia. – Os olhos da Eve brilhavam enquanto falava da Valerie. – Katy, se quiser descansar mais, descanse o tempo que quiser, mas você não pode continuar chorando para sempre. Você precisa seguir seu sonho mais do que nunca, não apenas por você, mas pela Mirai também. Ela pode ter morrido, mas o sonho dela continua vivendo com você, ou seja, se você desistir de seu sonho, também desistirá do da Mirai. Então, nunca desista e continua perseguindo este sonho com força e perseverança.
    Obrigada Eve! – Katy limpou as lágrimas de seus olhos e abraçou a Eve com força que fez um cafuné na cabeça dela. Depois de algum tempo abraçadas se separaram.
    A Zubat parecia ter fixado extremamente feliz por Katy está se sentindo melhor e voou até ela e começou a fazer cócegas com suas asas. A garota furisode começou a rir descontroladamente.
    Zubat para! Está fazendo muitas cócegas, assim eu não aguento. – Eve sorriu enquanto assistia as duas.
    A Zubat parou de fazer as cócegas e abraçou Katy enquanto sorria.
    Obrigada Zubat, estava precisando rir um pouco. – Katy sorriu.
    A Zubat estava bastante feliz.
    Zubat, bem, não sei se devo perguntar, nem se você vai querer, mas gostaria de se juntar em minha jornada? – indagou Katy.
    Os olhos da Zubat brilharam e ela começou a fazer cócegas na Katy como se não houvesse amanhã. Depois de muitas risadas, Katy pegou um pokébola vazia e indagou novamente.
    Tem certeza disso?
    A Zubat sorriu e assentiu. Katy encostou a pokébola na Zubat e depois de alguns segundos, ela havia feito uma nova captura.
    Agora tenho mais uma amiga que ajudará seguir o meu sonho. – sorriu Katy.
    Ela então resolveu liberar todos seus pokémons, a Zubat, o Piplup e o Goomy.
    Piplup, Goomy, está é a Zubat, a partir de hoje, ela será nossa nova companheira, cuidem bem dela.
    Os dois pokémons concordaram, mas Goomy parecia triste.
    O que foi Goomy? Ainda está com medo do Chasseur? – indagou Katy e Goomy assentiu. – Não se preocupe com isto, tenho certeza que você vai superar isto. A Zubat também já esteve presa com o Chasseur, tenho certeza que se tiver medo ela pode te ajudar.
    A Zubat sorriu para o Goomy, que se sentiu mais aliviado.
    E não apenas ela, o Piplup também sempre vai te proteger como fez antes. – contou Katy.
    Piplup corou e ficou um pouco envergonhado, mas Goomy sorriu para ele, já se sentia melhor.
    Se lembrem que todos somos companheiros e amigos e sempre ajudaremos uns aos outros! Vocês são os melhores pokémons que existem! – Katy abraçou os trés pokémons enquanto sorria bastante.
    Já me sentia melhor, tinha ganhado uma nova companheira e amiga. Era como a Eve tinha falado, não posso desistir do meu sonho, tenho que continuar perseguindo ele até o fim, não apenas por, mas pela Mirai também. A dor que sentia ainda não havia passado, mas eu sentia que com meus amigos, eu poderia suportar qualquer coisa.
    Shiro
    Depois de me lamentar e pensar por muito tempo, sentia que devia fazer algo. Eu queria ir atrás de Ludger e Chasseur para matá-los, não conseguia para de pensar que se tivesse feito antes a Mirai não teria morrido. Sair do meu quarto e fui até a porta da mansão para sair, estava prestes a ir embora quando Kuro me interrompeu.
    Está indo aonde? – indagou ele.
    Vou dar uma volta. – respondeu Shiro.
    Tem certeza, que não está indo atrás de Ludger e dos outros? – questionou Kuro.
    Você está certo, estou indo atrás deles.
    Não posso deixar você fazer isto, vai acabar se matando.
    Kuro, eu tenho que fazer isto. Eles mataram a Mirai e não posso deixar que continuem impunes por causa disso. A polícia foi corrompida e não vai ajudar, só resto nos fazermos alguma coisa. – Shiro cerrava as mãos.
    Eu concordo, mas ir sozinho só vai te matar. – contou Kuro.
    Não me importo, contando que eu mate aqueles desgraçados, tudo vai ficar melhor. Eu não posso deixar que eles continuem livres e machuquem mais pessoas que eu amo!
    Você não está raciocinando direito! Matar eles? Ficou maluco! Sei que você está triste pela morte da Mirai, mas eu também me sinto assim.
    E o que você sabre sobre isto? Você nem passou um quinto do tempo, que eu passei com a Mirai! Você não conhecia ela direito! Pare de fingir, porque você não sabe como estou me sentindo! – berrou Shiro.
    Você tem razão, não sei como você está se sentindo. Mas você não está sendo o Shiro que eu conheço! Você não está agindo como o meu irmão! – gritou Kuro.
    Você não sabe nada sobre mim. Sobre as coisas terríveis que passei e tive que fazer para sobreviver. – Shiro falava de uma forma assustadora, Kuro não o reconhecia naquele momento. – Eu não sirvo para nada mesmo, não conseguir salvar ninguém com que me importava. Sabe o porquê de eu sempre te abusar e ficar te chateando? Para liberar o meu estresse! Tendo esconder, tendo esconder mesmo, mas a raiva e dor continuam impregnados em meu coração. Achei que tivesse mudado, mas não, apenas arranjei outro jeito de liberar isto tudo.
    Kuro ouvia tudo, mas continuava parado enfrente a porta.
    Kuro, eu admiro sua persistência, mas eu não sou como você pensa, já fiz muitas coisas terríveis. Agora, quero fazer alguma coisa boa e livrar o mundo desses desgraçados. Então, saia da frente que eu irei embora de qualquer jeito. – disse Shiro.
    Não vou deixar.
    Shiro fingiu que não havia ouvido e caminhou até a porta para sair, mas Kuro bloqueou a saída.
    Já disse que não vou deixar. – repetiu Kuro.
    Shiro tentou abrir a porta, mas Kuro não deixou, os dois ficaram se empurrando e em um ataque de raiva Kuro tentou socar Shiro no rosto, mas ele segurar o braço de Kuro antes que o acertasse.
    Então é assim. Pretende me bater para que eu não posso mais sair? – indagou Shiro.
    Não respondeu e tentou chutar Shiro, que foi mais rápido e socou Kuro em sua barriga.
    Se é assim que você quer que as coisas sejam, é assim que elas serão! – exclamou Shiro.
    Desgraçado! Devolva o meu irmão! – Kuro levantou e socou Shiro no rosto que deu um passo para trás e contra-atacou com um soco no queixo de Kuro.
    Kuro caiu no chão, mas conseguiu se levantar e tentou chutar Shiro, que desviou e empurrou Kuro até a parede colidindo suas costas com força. Kuro tentou sair da situação girando e trocando de posições com Shiro, para que ele ficasse com as costas na parede, conseguiu e começou a socar Shiro na barriga, que revidou com um soco no rosto e um chute na barriga. Os dois já haviam cuspido sangue e estavam machucados.
    Kuro pulou para tentar acertar um soco na cabeça de Shiro que desviou e agarrou Kuro no ar e jogou contra o chão. Shiro pulou para cima dele e ficou em cima dele o socando no rosto sem parar, Kuro tentava revidar, mas não conseguia.
    Por que você tem que ser assim? Por que não pode ser menos idiota e me deixar para trás? Por quê? – Shiro, com os olhos cheios de lágrimas, continuava socando o rosto de Kuro que perdeu a consciência.
    Ele olhou para suas mãos cheias de sangue de seu irmão e depois que o momento de raiva passou, percebeu a besteira que tinha feito e lágrimas escorreram pelo seu rosto.
    O que eu fiz? Eu… eu sou um mostro! – disse para se mesmo. – Eu não sirvo para nada, apenas para machucar os outros! É melhor eu ir embora mesmo, se eu conseguir matar Ludger, Chasseur e morrer no processo será a melhor que coisa que pode acontecer. Assim eu nunca mais machucarei aqueles que gosto. – Shiro olhou para o rosto de seu irmão. – Me desculpe Kuro! É como a Yuki disse, eu realmente sou um monstro sem alma!
    Shiro se levantou e saiu da mansão enquanto chorrava pelos erros que tinha cometido.
    Depois de voltar para a mansão, tomar um banho e trocar suas roupas, Serena resolveu ir comer algo, mas ao passar pela sala de entrada da mansão se deparou com Kuro todo machucado e caído no chão.
    Kuro! – exclamou ela indo a seu encontro.
    O garoto estava no chão, ao Serena chegar ao seu lado e tentar levantá-lo, ele acordou e tossiu um pouco.
    Você está bem? O que aconteceu aqui? – indagou Serena.
    Eu tenho que para o Shiro. – respondeu Kuro.
    Do que você está falando?
    Ela vai acabar se matando. – Kuro tentava se levantar.
    Tenha calma, você está bem machucado, me explique o que aconteceu. – pediu Serena.
    Kuro contou tudo que havia acontecido para Serena.
    Agora tenho que ir atrás dele. – falou Kuro.
    Se aclame, se você for desse jeito, só vai acabar se machucando mais. Ainda não acredito na surra que ele te deu. – comentou Serena.
    Não me importo com isto, eu comecei a briga, além do mais aquele não é o Shiro que eu conheço, tenho certeza que ao voltar para se vai se arrepender.
    Você gosta mesmo de seu irmão.
    Sim, e é por isso que tenho que ir atrás dele.
    Não, você deve ficar aqui e cuidar de seus machucados. – contestou Serena.
    Neste momento Katy e Eve passaram pelo cômodo e viram Serena e Kuro todo machucado, preocupada perguntaram o que aconteceu e depois de ouvirem a história todo, Katy resolveu fazer algo:
    Kuro, você fica aqui e recebe o devido tratamento. Eu e a Eve vamos atrás do Shiro.
    Traga o meu irmão de volta. – pediu Kuro.
    É uma promessa! – disse Katy. – Serena, cuide do Kuro.
    Serena assentiu e as outras duas saíram da mansão, foram com tanta presa que nem pegaram um guarda-chuva.
    Shiro já conseguia ver a mansão de Ludger, mais alguns metros e chegaria lá. Estava confiante que conseguiria entrar escondido novamente. Ele continuava caminhando até a mansão, sem presa, sem vontade, esperava que tudo acabasse naquele dia. Foi então que ouviu uma voz chamando seu nome:
    Shiro!
    Ao virar para atrás viu Katy e Eve correndo atrás dele, ele parou de caminhar e esperou elas chegarem.
    O que vocês querem? – indagou Shiro.
    Obvio que parar você. – respondeu Katy.
    E por que pretende fazer isto? Se eu consegui acabar com Ludger e Chasseur, poderei vingar a Mirai e acabar com os planos do dois.
    Se você fazer isto, vai ser pego e vão te matar. – contou Eve.
    Estou torcendo por isso. – disse Shiro.
    Não fale assim! – exclamou Katy.
    Mas é verdade, vocês viram o que fiz com o Kuro? Eu sou um imprestável, que só serve para machucar os outros! – berrou Shiro.
    Você não é assim! Pare de colocar essas mentiras em sua cabeça! – berrou Katy.
    Sim, eu sou. Eu sou um desgraçado que não consegue nem cumprir uma simples promessa. Não pude proteger alguém, só pude machucar. Vocês não fazem ideias das coisas terríveis que eu já fiz, tudo para sobrevir, eu sou um idiota egoísta! Se eu morresse seria tudo muito melhor! Afinal, eu sou um monstro sem alma e coraçã…
    Shiro sentiu uma dor em seu rosto, ao olhar para frente percebeu que era Katy que havia te dado um tapa bem forte. Quem havia recebido o tapa era ele, mas quem parecia ter sentido a dor daquilo foi a Katy, os olhos delas estavam cheios de lágrimas.
    Você não é um monstro! Você é Shiro Bretteur, irmão de Kuro Bretteur, e é meu amigo! – gritou ela.
    Você não sabe das coisas que eu fiz, se soubesse, nunca me chamaria de amigo. – disse Shiro.
    Com certeza chamaria! Não importa o que você fez, eu sempre vou gostar de você, mesmo que você se odeie, eu nunca te odiaria!
    Todos nos temos segredos e fizemos escolhas erradas. O que aconteceu no passado não nos importa mais. Você só tem que se perdoar. – disse Eve.
    Mas isto é impossível para mim. – desabafou Shiro.
    Se é impossível, eu tornarei possível! – contou Katy. – Não importa quem você era antes, mas sim quem você quer ser no futuro. Me diga, que tipo de pessoa você acha que a Mirai gostaria que você se tornasse? Ou melhor que tipo de pessoa você gostaria de se tornar?
    Que tipo de pessoa eu quero ser? – Shiro repetiu para si mesmo.
    Eu sempre achei que tivesse superado meu passado e que estivesse seguindo em frente ao futuro, mas não, eu sempre estive preso ao passado, mas não por não conseguir me livras dessas correntes e sim porque eu tinha medo do futuro, tinha medo de perder mais alguém. Sempre usei meu passado como desculpa, para tentar justificar meus atos, mas nada disso importa. Ficava com medo que se descobrissem sobre mim, me odiariam e me deixariam sozinho mais uma vez, mas eu fui idiota o bastante para não perceber que eu nunca precisaria me preocupar com isto. Agora percebe que este passado sempre estará dentro de mim e que não posso mudá-lo, mas posso tentar mudar o futuro.
    Eu… eu quero ser alguém de quem eu possa me orgulhar! Alguém que posso proteger as pessoas! Eu não quero nunca mais ter que me arrepender! – berrou Shiro enquanto lágrimas saiam de seus olhos.
    Katy sorriu e abraçou Shiro em seu busto enquanto ele chorrava.
    Vamos para casa. – disse ela.
    Shiro limpou as lágrimas e concordou.
    William já havia cuidado da maior parte dos ferimentos de Kuro e disse que ele se recuperaria rapidamente Kuro resolveu esperar sozinho na porta da mansão e depois de algum tempo Shiro e as duas garotas voltaram. Ao ver Shiro, Kuro ficou quieto e não disse nada, o clima estava pesado e denso, mas Shiro resolveu falar:
    Kuro, bem, sei que apenas palavras, não são suficientes, mas eu queria me desculpar por tudo. Eu fui um idiota e não estava raciocinando bem Você estava certo e eu devia ter percebido que só queria me proteger, então por favor… – Shiro fez uma reverência para Kuro – … Aceite minhas desculpas!
    Kuro sorriu e disse:
    Você sabe que eu não consigo ficar bravo com você por muito tempo. É que te perdoou.
    Kuro. – Shiro sorriu.
    Mas antes, preciso fazer algo. – Repentinamente Kuro deu um forte soco no rosto de Shiro que o fez sangrar pelo nariz e cair no chão. – Agora estamos quites.
    Todos se chocaram com o que acabou de acontecer, achavam que aquilo poderia resultar em outra briga, mas pela surpresa de todos Shiro começou a rir, mas não foi um riso forçado, nem maldoso, e sim um dos mais inocentes que ele já dera.
    Você soca que nem uma menininha. – disse Shiro.
    E você soca mais fraco que uma menininha. – disse Kuro.
    Os dois ficaram rindo como se estivessem assistindo algum filme de comédia.
    Precisa de ajuda para se levantar? – Kuro esticou sua mão para Shiro que a segurou e levantou-se.
    Ao levantar, Shiro nem pode fazer nada, pois é surpreendido pelo abraço de seu irmão.
    Kuro, você sabe que não gosto muito de abraços masculinos. – lembrou Shiro.
    É só uma vez! – sorriu Kuro. – Você sabe que eu te amo, irmão.
    Você disse que me ama? – indagou Shiro.
    Eu não.
    Eu ouvir você disser isto, saiba que não gosto de homens.
    Eu também não gosto de homens, e não disse nada disso.
    Eu sei que você disse. – sorriu Shiro. – Kuro, eu também te amo.
    Os dois continuaram abraçados por um tempo e se separaram.
    Kuro, podemos recomeçar do zero assim como fizemos no orfanato junto da Alice? Vamos prometer mais uma vez recomeçar? – Shiro esticou seu punho.
    Kuro esticou seu punho e o acertou com o de Shiro.
    Katy e Eve que assistiam, se juntaram e colocaram seus punhos juntos também.
    A partir de agora, vamos nos tornar quem queremos ser, sem nos preocuparmos com o passado. – disse Eve.
    Vamos começar do zero, mais uma vez! – exclamou Katy.
    Todos concordaram e gritaram juntos:
    Do zero!
    Neste momento, os dois dias chuvosos terminaram e finalmente o sol resolveu aparecer, iluminando aqueles quatro jovens que o futuro esperava bem mais do que eles mesmo esperavam.
    Depois de muitas emoções, Shiro se lembrou de algo importante e disse:
    Kuro, quando tudo isto acabar, tenho que te contar algo sobre a Alice. Não, não apenas a Alice, quero falar com você sobre muitas coisas.
    Kuro concordou.
    Mas antes, tenho que falar com todos sobre algo muito importante. – continuou ele.
    Bastante tempo havia se passado e a noite já havia chegado. Katy estava em seu quarto acordada, mexendo em sua Pokédex, foi então que ouviu um barulho da janela e quando foi ver o que era, viu a Yuki sorridente jogando algumas pedras em sua janela. Sem pensar nem duas vezes, Katy desceu, saiu da mansão e foi de encontro a jovem de cabelos lilas.
    O que você quer Yuki? – indagou Katy.
    Wow! Estou surpresa, você parece estar mais corajosa, da última vez que nos encontramos, você estava morrendo de medo! – exclamou a Yuki sorrindo.
    Você me pareceu sarcástica. – comentou Katy.
    É por causa do sorriso, não é? Bem, não importa o que eu faça, não consigo me livrar dele.
    Me responda, logo o que você quer. – Katy já sacava sua pokébola.
    Calma ai. Eu só vim dizer que sinto muito pelo que aconteceu com aquela menininha, qual era mesmo o nome dela? Mimimimimi… Miroi! – disse Yuki com um sorriso enorme em seu rosto.
    O nome dela era Mirai! E eu tenho certeza que não sente nada.
    Que coisa triste para se falar, claro que sinto. Ela ter morrido foi muito triste, choraria muito, se a conhece melhor. – Mesmo falando em dor e tristeza Yuki continuava com o sorriso assustador em seu rosto.
    Qual são as suas verdadeiras intenções Yuki? De que lado você está? – indagou Katy.
    Eu sempre estou do meu lado e faço apenas o que quero.
    Vai me dizer que veio aqui apenas para dizer que senti muito?
    Claro que não! Eu vim aqui para te dizer, que deve ir embora dessa mansão o quanto antes. – contou Yuki.
    Como assim?
    É melhor você ir embora logo, se não tudo pode acabar se explodindo. – O sorriso do rosto da Yuki continuava firme e forte.
    Explodindo?
    Bem, se lembra da primeira vez que conheceu o Ludger? Foi no aniversario da Serena e se não me engano ele trouxe um presente, um grande pérola. E se eu dissesse que na verdade, aquilo não é uma pérola. – Yuki continuava sorrindo. – Bem, logo estará na hora, se eu fosse você iria embora o quanto antes, eu já vou indo, não quero acabar me queimando. Até mais!
    Yuki foi embora e desapareceu nas sombras.
    Na floresta de Santalune, Chasseur estava conversando com Ludger.
    Logo o plano vai começar, já está tudo pronto? – indagou Ludger.
    As máquinas já estão prontas e assim que ouvirmos o som da explosão vamos acioná-los. – respondeu Chasseur.
    Ótimo!
    Eu disse que daria tudo certo! Ter matado aquela menina, com certeza valeu a pena. – sorriu Chasseur. – Se o plano ir como conforme, até de manhã, a cidade de Aquacorde será sua e sua vingança estará completa.
    Conto com isto. – sorriu Ludger.
    Katy estava correndo dentro da mansão, procurando pela Serena. Foi até seu quarto, abriu a porta e viu Serena e gritou:
    Serena! O presente de Ludger era, na verdade, uma bomba!
    Apenas um grande estouro, como uma explosão, pode ser ouvido. Chamas voaram para todos os lados, era possível ver a luz do fogo a quilômetros de distância, a fumaça cobria o céu, a luz das estrelas e da lua.
    Vocês ouviram a explosão! Podem ligar as máquinas! – ordenou Chasseur.
    Eram quatro máquinas em quatro pontos diferentes da floresta, todas elas foram acionadas e uma grande luz vermelho foi liberada para o céu.
    Esplêndido! Finalmente o meu verdadeiro plano…
    Começou.





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