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- RainStorm – Capítulo 06
Posted by : Zark
30 de abr. de 2016
As
lendas mais assustadoras são aquelas que são verdades.
Estava bastante escuro, aquele pântano estava sendo vítima de uma
forte tempestade. Um homem perdido, sem saber por onde sair daquela
rota, precisava achar algum lugar para se proteger dos fortes ventos
uivantes. Foi quando em meio ao desespero de ceder e morrer ali, ele
a encontrou, uma velhã mansão assustadora, onde havia um cemitério
em sua frente. De primeiro momento hesitou, mas como a tempestade
ficava cada vez mais forte, resolveu entrar. Ao entrar a primeira
coisa que sentiu foi um forte calafrio que começava na cabeça e ia
descendo até o fim de sua espinha. Tentou ligar a luz, mas os
interruptores não funcionavam. Estava morrendo de medo, mas resolveu
ficar ali até a tempestade passar. Depois de inúmeras horas de
tortura, a tempestade finalmente parou e o homem resolveu sair, mas
ao tentar abrir a porta ela estava trancada. Tentou arrombá-la mas
foram esforças em vão, sem ter muitas opções resolveu explorar
aquela mansão assustadora. Eventualmente, ele chegou na cozinha,
onde não havia ninguém. Aquele ambiente o fez lembrar da fome que
sentia, encontrou a geladeira e resolveu abri-la. Quanto ele a abriu,
uma quantidade enorme de luz branca foi disparada em seu rosto, foi
uma luz tão forte que o homem quase desmaiou, mas o pior era o som
que ecoava de dentro para fora da geladeira, um ruido insuportável.
Em meio a tontura o homem conseguiu fechar a porta da geladeira,
quando finalmente conseguiu recuperar sua visão e audição,
percebeu que havia um outro homem, só que de aparecia mais velha,
encostado no canto da cozinha, virado para a parede. O homem perdido
resolveu perguntar para homem mais velho, como sair da mansão. Ele
tentou explicar sua situação dizendo que estava perdido, resolveu
tocar no homem encolhido no canto para chamar a sua atenção, mas ao
finalmente fazer isso o homem mais velho gritou desesperado:
– Fique longe!
– Me desculpe, não era minha intenção ofendê-lo. – disse o
homem mais jovem.
Ele tentou explicar sua situação mais uma vez e, por fim, disse:
– Por favor, me ajude.
– Eu não estou falando com você! – exclamou o homem velho.
O homem mais jovem se surpreendeu, só havia eles dois naquela
cozinha, pensou que o outro homem pudesse estar louco, mas então foi
surpreendido mais uma vez com a pergunta do senhor:
– Você não pode vê-los? Atrás de você!
Ao susto o homem se virou para trás, seu coração começou a bater
o mais rápido que já batera na vida. Finalmente descobriu com quem
que o senhor estava falando.
– Uma horda de homens sem face!
Eles eram tenebrosos, altos e magros, com peles pálidas, chegando ao
mais puro branco, não havia nenhum rosto, nem cabelo, a única coisa
que podia enxergar em sua cabeça era sua enorme boca que mostrava
seus grandes e assustadores dentes.
Não
se sabe direito o que aconteceu depois, mas aquele homem nunca mais
foi visto.
Rota 14, 6 de outubro de
2016.
Os três entraram pela enorme
porta da mansão. Quando todos já estava dentro, a porta se fechou
sozinha. Kuro soltou um berro, Katy se assustou um pouco e Shiro
comentou:
– Sério isso? A porta se
fechando sozinha? Desde de quando estamos vivendo um filme de terror
clichê?
– Pare com isso Shiro, você
sabe que morro de medo dessas coisas. – pediu Kuro.
Shiro fez como pedido.
– Então, dormimos aqui? –
indagou Katy.
– É a nossa única opção,
não é? – disse Shiro.
– Ainda não gosto disso,
mas fazer o que. – reclamou Kuro.
– Está certo, vamos
encontrar alguns quartos. – disse Shiro.
Katy e Kuro sentiram
calafrios.
– Espera ai! Você está
dizendo que quer entrar nesses corredores longos, escuros e longe da
nossa rota de fuga, para procurar alguns quartos para dormir? –
indagou Kuro desesperado.
– Sim.
– Você ficou doido! Eu que
não entro ai! Prefiro dormir aqui no lado da porta mesmo. – disse
Kuro.
– Dessa vez tenho que
concordar com Kuro. – disse Katy.
– Sério? Achei que você
preferiria dormir em um quarto separado e não junto de dois garotos
que você acabou de conhecer.
As palavras de Shiro foram
reveladoras na mente de Katherine, ele lembrou de sua avó pedindo
para tomar cuidado com homens. Será que realmente seria seguro
dormir no mesmo quarto que aquele dois? Katy estava pensativa,
percebendo a sua preocupação Kuro tentou acalmá-la:
– Esqueça o que meu irmão
acabou de dizer, ele só estava brincando.
– Não, isso é sério, o
Kuro pode ser bem pervertido as vezes, principalmente perto de
garotas bonitas. – disse Shiro.
Katy corou e se assustou a
mesmo tempo.
– Isso não é verdade!
Shiro, pare com isso! – reclamou Kuro.
– Está bem, está bem. Katy
não precisa se preocupar, se preferir podemos dormir aqui que eu e
Kuro iremos te proteger de qualquer fantasma.
– Eu já disse para você
parar com isso!
Ao ver os dois irmãos
brigando sua preocupação passou e começou a rir dos dois. Eles
perceberam e começaram a rir também. Os três arrumaram seus sacos
de dormir, colocaram seus pokémons nas pokébolas e deitaram no
chão. Shiro então resolveu fazer uma pergunta a Katy:
– Katy, pode não parecer,
mas Kalos é bem perigosa para ficar andando sozinha. Por que você
está viajando sozinha?
– Bem, isso é porque eu
comecei minha jornada para se tornar a campeã de Kalos. – revelou
Katy.
Shiro soltou uma gargalhada.
Katy enfureceu e reclamou:
– Eu sei que pode parecer um
sonho meio infantil, mas não fique rindo dos sonhos dos outros.
– Não é nada disso. Estou
apenas feliz, que acabei de conhecer a futura campeã de Kalos.
Katy tentou não demonstrar,
mas ficou bastante feliz de ouvir aquilo. Kuro, resolveu fazer outra
pergunta.
– Interessante o seu sonho,
mas tem uma coisa que me intrigou. Por que você está vestindo um
quimono?
– Primeiro não é
exatamente um quimono e sim um furisode. Eu sou uma garota furisode.
Katy explicou tudo sobre as
garotas furisode e contou sobre seu sonho mais uma vez e como
conseguiu enfrentar sua avó.
– Mas chega de falar de mim,
quero saber de você dois.
– Nos dois não temos
nenhuma história extraordinária para contar. – disse Shiro.
– Isso não é justo, me
digam pelo menos alguma coisa. – insistiu Katy.
Shiro e Kuro se olharam como
se tivessem conversando telepaticamente, por fim resolveram falar.
– Para falar a verdade, nos
dois não somos irmãos biológicos. – disse Shiro.
– Nos eramos dois órfãos,
crescemos juntos e sempre fomos bons amigos. – disse Kuro.
– Sim, podemos não ser
irmão biológicos, mas somos irmos de verdade. – disse Shiro.
– É, eu entendo muito bem
isso. – disse Katy.
O
local ficou silencioso,
os três
poderiam não estar mais conversando, mas apreciavam aquele momento
enquanto tentavam dormir. Foi então que algo cruzou a mente de Shiro
e ele se levantou berrando:
– Eu lembrei! Eu lembrei!
– O que foi Shiro? –
Indagou Kuro.
– Eu me lembrei da lenda dos
homens sem face! – respondeu ele.
A
expressão de Kuro mudou completamente, estava horrorizado
ao se lembrar daquela história.
– Lenda dos homens sem face?
– indagou Katy.
Os olhos de Shiro brilharam,
era uma oportunidade de contar aquele história tenebrosa mais uma
vez.
– Bem, tudo começou quando
…
Shiro foi interrompido por
Kuro que ficava gritando e reclamando.
– Katy, por favor, não
deixe ele contar essa his…
Shiro bateu na cabeça de Kuro
com a mão aberta e disse com um olhar assustador:
– Não me interrompa.
– Certo. – disse Kuro
assustado
– Voltando a história …
Shiro contou a história
detalhadamente.
– … mas aquele homem nunca
mais foi visto.
Katy engoliu seco.
– Katy, você percebeu
também, não foi? – indagou Shiro.
– Como assim?
– Uma mansão sem luz com um
cemitério na frente no meio de um pântano.
Quando mais Shiro falava mais
Katy ficava com medo, Kuro já estava com o coração na boca de
tanto tremer.
– Você quer dizer que … –
Katy teve medo de completar a frase.
– Isso mesmo, a mansão onde
a lenda se passa, a mansão onde existem homens sem faces é a mansão
em que estamos dentro! – gritou Shiro.
Katy gritou de susto e Kuro
desmaiou. Shiro tentou acalmar ela.
– Brincadeira, essas coisas
como homens sem face não existem. A mansão deve ter sido apenas uma
coincidência.
Katy pareceu ficar mais calma.
– E quanto ao Kuro? O que
faremos? – indagou ela.
– Não precisa se preocupar
com isso, amanhã de manhã ele acorda. De qualquer forma, esta
tarde, vamos dormir. Boa noite! – disse Shiro.
– Boa noite!
Foi
um pouco difícil de dormir, não por causa do medo, mas porque eu
não conseguia parar de pensar nas tantas coisas que tinham
acontecido naquele dia. Encontrei vários pokémons e fiz amizade com
duas pessoas, Kuro e Shiro. Sei que pode ser ingenuidade minha, mas
sinto que posso confiar de verdade nesses dois. Minha jornada estava
sendo bastante divertida, meio perigosa, mas divertida. Estava muito
ansiosa para o que me esperava no próximo dia.
Rota 14, 7 de outubro de
2016.
Katy ouvia alguém chamando
seu nome, ele ecoava e cada vez ficava mais alto. Finalmente, abriu
os olhos, era Shiro que a chamava enquanto balançava gentilmente o
seu ombro.
– Finalmente acordou. –
Shiro soltou o ombro de Katy.
Ela olhou para um lado e para
o outro, mas o cômodo continuava escuro.
– Já é de dia? – indagou
Katy.
– Sim, no meu celular já
marca 10 horas da manhã, mas como aqui as janelas estão cobertas
tudo continua escuro. – explicou Shiro.
– Então vamos sair, essa
escuridão está me incomodando. – disse ela.
– Infelizmente, temos um
problema. – informou Shiro.
Katy percebeu que não via
Kuro e resolveu olhar ao seu a redor e o viu mexendo na porta. Shiro
a ajudou a levantar e juntos foram caminhando até Kuro.
– Então, conseguiu
resolver? – indagou Shiro.
– Não, tentei de tudo, até
usar minha espada para corta ao meio. – respondeu Kuro.
Katy percebendo que a conversa
caminhava, mas ela resolveu perguntar:
– O que está acontecendo?
– Estamos presos, a porta
está trancada – explicou Kuro.
– Trancada? Mas estava
aberta ontem. – lembrou Katy.
– Isso é o que mais me
assusta. – disse Kuro.
– Não pode ser. – Katy
resolveu checar por si mesma, tentou abrir, mas foi inútil.
– Isso não está parecendo
um pouco familiar. – comentou Shiro.
Katy e Kuro engoliram seco.
– Não fale. – pediu Kuro.
– Primeiro uma mansão no
meio do pântano e agora a porta se trancou sozinha. – disse Shiro.
– Pare, por favor, pare! –
berrou Kuro.
– Estamos vivendo a lenda
dos homens sem face. – conclui Shiro.
Kuro gritou e começou a
reclamar com seu irmão. Katy tentou parar a briga e disse:
– Não se preocupem, deve
ser apenas coincidência, muita coincidência.
– Katy, isso não está
ajudando nada. – confessou Kuro.
– O que fazemos agora? –
indagou Katy.
– Só há uma coisa que
podemos fazer, procurar outra saída. – sugeriu Shiro.
– Você ficou maluco! Foi
isso que o homem fez na lenda e ele não se deu muito bem. –
alertou Kuro.
– Tem alguma ideia melhor? –
perguntou Shiro.
– Não. – Kuro estava
decepcionado com ele mesmo por não achar outra solução.
– Katy, o que você acha?
Devemos procurar outra saída? – Shiro fitou os olhos dela.
– Parece que não temos
escolha.
Por fim os três concordarem
em procurar uma outra saída daquela mansão assustadora. A mansão
era enorme e muito escura, eles andavam juntos em uma fila para não
se perderam, usavam a lanterna de seus celulares para tentar enxergar
o máximo possível, mas a luz das lanternas eram muito fracas, sendo
assim mesmo com elas ficava difícil de enxergar.
Ficaram andando pela mansão
por horas, mas nada encontravam, passaram por diversos cômodos, mas
nenhum com luz. Os três estavam caminhando por um corredor longo já
havia um tempo, foi quando Kuro ouviu algo, parecia um sussurro da
morte.
– Vocês ouviram isso? –
indagou ele assustado.
Shiro e Katy negaram.
– Eu tenho certeza que ouvi
alguma coisa. – insistiu ele.
– Devo ser apenas coisa de
sua cabeça. Se lembra que aconteceu a mesma coisa quando você ficou
preso no seu quarto por meio dia? Você ficava gritando e dizendo que
fantasma estavam querendo comer seu cérebro. Se bem que eu acho que
você confundiu as coisas. – lembrou Shiro.
Katy riu um pouco, Kuro ficou
envergonhado e pediu para Shiro parar.
– Você quer que eu pare?
Não está gostando que eu esteja trazendo memórias embaraçosas
suas? Se é isso, eu tenho muitas outra memórias embaraçosas, para
contar. Katy, Kuro fazia xixi na cama até os 17 anos. – continuou
Shiro.
– Isso é mentira! E eu
tenho 16. – berrou Kuro com raiva.
– Se acalme, estou apenas
brincando com você. – disse Shiro.
Kuro respirou e tentou se
acalmar.
– Falando sério, ele fazia
xixi até os 15 anos. – disse Shiro para Katy.
– Eu disse para parar! –
Gritou Kuro.
Depois de brigarem novamente,
tudo se aclamou. Foi então, que Kuro ouviu outro sussurro atrás
dele, sentiu um calafrio e quando olhou para atrás viu uma silhueta
de um homem alto.
– Arceus me proteja! –
Kuro saiu correndo enquanto berrava, assim se separando de Katy e
Shiro.
– Kuro, volte aqui! –
Shiro correu atrás dele.
– Não se esquecem de mim! –
Katy correu atrás dos dois.
Os três correram em meio a
escuridão, sem saber para onde iam e sem que percebeseem que haviam
se separado.
…
Katy estava sozinha outa vez,
mas diferente de antes estavam presa em uma mansão assustadora, sem
saída e sem nenhum sinal de luz. Ela estava com medo, queria ficar
ali parada esperando que alguém a salvasse, mas sabia que isso não
adiantaria de nadar e resolveu procurar os dois. Pensou em ligar, mas
o celular estava sem sinal como qualquer lugar daquela rota, além
disso Katy não tinha o número de Shiro nem Kuro. Resolveu voltar
pelo mesmo caminho que tinha percorrido e virar em algum corredor que
não tinha virado, mas então ela ouviu um sussurro, sentiu
calafriou, olhou para atrás e não viu nada, pensou que era sua
imaginação. Novamente outro sussurro, só que dessa vez era mais
forte, assustador e frio, Katy olhou para atrás novamente, nada viu,
mas ao virar para frente novamente viu dois olhos brancos enormes e
uma boca que sorria maleficamente enquanto mostrava sua língua para
fora que lambia o ar. Katy correu desesperadamente para o outro lado,
correu e correu, não sabia aonde ia, mas queria fugir daquela figura
assombrosa que tinha visto.
Corria sem olhar o caminho, as
vezes batiam em algo, mas continuava a correr mesmo assim, foi quando
ela se esbarrou com duas pessoas, caindo e as derrubando juntas. Ela
se levantou, achou que tinha achado Kuro e Shiro, mas quando ligou a
luz de seu celular, não eram eles. Havia um homem e uma mulher, os
dois usavam a mesma aliança. O homem tinha cabelos e olhos castanhos
escuros, já a mulher seus cabelos e olhos eram castanho claro. Os
dois estavam vestido de branco, a mulher um vestido curto e o homem
uma camisa de botão, além de uma causa jeans.
Katy
ajudou os dois a se levantar e pediu desculpa por derrubá-los, mas
para a surpresa dela, eles não pareciam nervosos com ela, pareciam
extremamente felizes em vê-la.
– Me chamo Elaine e esse é
Oliver, qual seu nome? – indagou a mulher.
– Katherine, mas pode me
chamar de Katy.
– Você também esta
perdida? – indagou Oliver.
– Também? Quer dizer que
estão perdidos. – conclui Katy.
– Isso mesmo, fomos pego por
uma tempestade e resolvemos entrar aqui para esperar ela passar,
passamos uma noite aqui e quando tentamos sair, a porta estava
trancada. Tentamos achar outra saída, mas essa mansão é como um
labirinto, estamos perdidos faz dias, cansados e com fome. –
explicou Oliver.
Katy ficou assustada, eles
estavam ali há dias, será que ficaria presa ali para sempre. Ela se
lembrou de algo, abriu sua mochila e pegou alguns dos lanches que
suas irmãs haviam feitos.
– Aqui. – Katy entregou os
lanches para Oliver e Elaine.
– Não podemos aceitar isso.
– disse Elaine.
– Podem e devem. –
insistiu Katy.
– Está bem.
O casal estava felizes, fazia
dias que não comiam. Os dois comeram o suficiente para ficarem
cheios, agradeceram Katy milhares de vezes. A garota furisode, então
resolveu contar a eles como ela havia ficado presa lá dentro e por
que estava sozinha. Algo ainda estava preso em sua garganta, uma
pergunta, ela tinha medo da reposta, mas perguntou mesmo assim:
– Vocês sabem da lenda dos
homens sem faces?
A expressão dos dois mudaram.
– Você viu alguma coisa por
perto? – indagou Oliver preocupado.
– Como assim alguma coisa? –
Katy engoliu seco.
– Desde ficamos perdidos,
algumas coisas estranhas aconteceram, silhuetas de monstros e de
homens altos magros ficaram nos assombrando. – revelou Oliver.
– Então, a lenda é real? –
indagou Katy temendo a reposta.
– Isso não sabemos e nem
desejamos descobrir, sempre que algo nos assusta resolvemos correr.
Mas uma coisa é certa, existe algo de muito errado nessa mansão. –
contou Elaine.
– Vamos deixar esse assunto
de lado por um tempo. A prioridade agora é achar seus amigos e uma
saída desse inferno. – disse Oliver.
Todos concordaram e resolveram
explorar aquela mansão mais uma vez.
…
Kuro estava sozinho, se
arrependia de ter corrido e se separado dos outros.
– Muito bem Kuro, agora você
está preso sozinho, nessa mansão escura, fria, sem saída,
tenebrosa, assustadora, horripilante, espantosa, amedrontadora,
sinistra, horrenda, medonha, pavorosa, estranha, diabólica,
infernal, demoníaca, com corredores estreitos que matariam qualquer
claustrofóbico e assombrada com homens sem faces que vão arrancar o
meu rosto para colocar no deles. – ele disse para si mesmo.
Continuava procurando Katy e
Shiro, ou uma saída para pedira ajuda, mas o que encontrou
assustou-lhe.
– Uma cozinha. Logo eu tinha
que encontrar uma cozinha! É melhor eu dar a volta. – Sua barriga
roncou.
– Você só pode estar me
sacaneando. – disse Kuro para sua própria barriga.
Não tinha comida com ele,
ficava tudo na mochila de seu irmão. Sabia que devia dar a meia
volta, mas estava com muita fome, talvez fosse psicológica, mas ela
estava infernizando ele.
– Arceus me proteja. –
Kuro resolveu entrar na cozinha para ver se tinha algo o que comer,
procurou em todos os lugares, mas estava sem sorte. Só havia
sobrado, um lugar para procurar, a geladeira.
– É só uma lenda, não é
verdade. É só uma lenda, não é verdade. – repetia Kuro para si
mesmo enquanto abria a geladeira.
A geladeira estava abrindo
devagorosamente e Kuro repetia a frase cada vez mais rápido. Quando
a geladeira finalmente foi aberta, nenhuma luz branca explodiu em seu
rosto.
– Obrigado. – Kuro se
aliviou.
Dentro da geladeira havia
diversos alimentos.
– Parece que tirei a sorte
grande.
Kuro sentiu um calafrio e logo
depois ouviu algo sussurrar em seu ouvido. Ele começou a tremer, não
queria olhar para atrás, mas se não olhasse sua vida poderia correr
perigo, voltou a repetir a frase:
– É só uma lenda, não é
verdade. É só uma lenda, não é verdade. – Kuro virava devagar
para atrás.
Quando finalmente viu o que
era, deu um pulo para atrás derrubando a geladeira. Era alto,
pálido, magro, careca e mais importante não tinha face, apenas uma
boca enorme que mostrava seus afiados dentes.
– Meu Arceus do céu! Um
homem sem face! – Kuro correu como nunca havia corrido. – Shiro,
Katy, alguém, socorro! Arceus, me ajude!
Ele correu, correu, correu,
correu e não importava o que acontecia, ele continuava correndo.
…
O casal e Katy continuavam na
mansão procurando por Shiro, Kuro e uma saída. Aquela mansão era
um labirinto, sem perceber davam voltas e voltas. Usavam a lanterna
do celular de Katy para iluminar e conseguirem enxergar o caminho,
mas o tempo estava escasso e a bateira do celular começava a ruir.
– A lanterna está
consumindo muita bateria. É melhor desligá-la por um tempo. –
sugeriu Elaine.
– Você tem razão, mas
assim ficaríamos em meio a escuridão. – disse Katherine.
– Não tem problema, é só
ficarmos bem perto um do outro que não nos perderemos. – comentou
Elaine.
Katy resolveu desligar o
celular como sugerido.
– Então o que fazemos
agora? Esta obvio que ficar andando por toda essa mansão não ajuda
em nada. – indagou Katy.
– Você pode estar certa,
mas ficar parados sem fazer nada também não vai ajudar. – disse
Oliver.
A garota furisode não sabia o
que fazer, se ficassem parados, poupariam energia e alguém até
poderia aparecer para ajudar, mas também poderiam ficar ali para
sempre. Se resolvessem andar poderiam encontrar alguém ou a saída,
mas poderiam ficar andando em círculos e cansariam bastante. “O
que fazer?” essa era a pergunta que passava pela mente dela.
Os três ficaram ali pensando
no que fazer, mas o momento de calmaria não durou muito. Eles
começaram a ouvir sussurros e gritos.
– Vocês ouviram isso? –
indagou Katy.
– Em alto e bom som. –
respondeu Oliver.
As vozes que ouviam os
cercavam e ficavam cada vez mais altas, foi quando começaram a
surgir várias silhuetas de homens altos e magros que se aproximavam
por todos os lados. O casal e Katherine estavam com medo que
progredia toda vez que as silhuetas se aproximavam e então quando já
podiam ver direito, perceberam que eram homens sem faces que possuíam
apenas um grande boca que mostrava seus afiados dentes.
– Não pode ser a lenda é
real! – gritou Elaine em meio ao desespero.
– Temos que sair daqui! –
Oliver segurou a mão de Elaine e começou a correr sem rumo.
– Me esperem! – exclamava
Katy enquanto tentava perseguir o casal.
Ela correu muito, não sabia
de onde tirava tanta energia, apenas que tinha que correr. Tentou
alcançar Elaine e Oliver, mas seus esforços foram em vão e mais
uma vez ela estava sozinha naquela mansão assombrada.
…
Shiro
continuava sozinho, mas
diferente de Katy e Kuro, não se importava muito com o fato. Tinha
que encontrar os dois novamente assim como uma saída.
Continuava andando quando encontrou um corredor que levava para dois
lados.
– Para onde eu vou agora?
Esquerda ou direita? – perguntava a si mesmo. – Dizem que o lado
direito dá mais sorte.
Ele resolveu ir para o lado
direito, caminhou um pouco, foi quando viu uma luz forte saindo de
uma porta.
– Será que é a saída? –
indagou Shiro. – Droga, estou falando sozinho, será que influência
de Kuro?
Resolveu
correr até a porta precisava ver se era uma saída, mas quando
chegava mais perto, percebia que não era uma
luz natural e sim
artificial. Chegou na porta
a fitou por um tempo, sentia que algo estava errado ali dentro, mas
não podia desistir e finalmente resolveu abrir a porta.
Ao
abrir, sua primeira reação foi um susto, depois veio um alívio,
mas depois um sentimento de
raiva e angustia. Aquela
sala era rodeada de telas, cada uma mostrando uma parte da mansão,
ali era a sala de segurança e
monitoramento, podia se ver
a maioria dos cômodos da mansão através das telas. A mansão
estava rodeada de câmeras com visores que enxergavam no escuro e
aquela sala era onde a transmissão delas ocorriam. Shiro
cerrou sua mão direita e socou a parede com bastante força.
– Droga! …
…
Alguém está brincando
conosco!